Valtteri Bottas parte hoje da pole position, a 17.ª da carreira, do Formula 1 Heineken Grande Prémio de Portugal. Às 15h00 (Elevens Sports), hora de início da 3ª prova da temporada, no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, ao seu lado, no segundo lugar da grelha de partida, estará Lewis Hamilton, colega de equipa da Mercedes. O piloto inglês falhou por 0.007 segundos a possibilidade de entrar na história com a 100ª pole, um recorde absoluto que somaria a outro, conseguido no mesmo circuito onde, há seis meses, conquistou a 92ª vitória em Grandes Prémios, na altura,  uma marca máxima na modalidade.

Sete vezes campeão mundial, aos 36 anos, Hamilton, segue, igualmente, a toda a velocidade para quebrar outra barreira dos 100. A centésima vitória em corridas. Portimão poderá encurtar distâncias.

Na “montanha-russa” algarvia, um palco com 306 quilómetros distribuídos por 66 voltas a um circuito de 4,653 quilómetros assistirá a um esperado duelo entre Hamilton (Mercedes), atual líder com 44 pontos e Max Verstappen (Red Bull), holandês de 23 anos, 43 pontos, à procura do primeiro título na carreira.

“O traçado é incrível, mas a aderência não é boa”

Nesta luta entre dois pilotos e duas escuderias, que andará pelas 1h30 de duração, poderá intrometer-se Bottas. O finlandês de 31 anos tem como registo esta temporada um 3.º lugar no Bahrain, atrás de Verstappen e Hamilton e um abandono em Imola, corrida ganha pelo holandês e na qual o britânico concluiu em segundo lugar.

Para já, depois dos muitos elogios na primeira passagem, em 2020, os pilotos deixaram críticas ao novo asfalto da pista do circuito de Portimão. “Não gostei de uma única volta neste fim de semana, apenas por causa do estado da pista”, disse Verstappen na conferência de imprensa da FIA após as sessões de qualificação. “O traçado é incrível, mas a aderência não é boa. Eu sei que é igual para todos, mas para mim, pessoalmente, não é agradável pilotar”, rematou. A mesma opinião foi partilhada pelo rival Hamilton, que chamou a atenção para o vento. “Foi uma sessão difícil, eu acho, para todos. Não é fácil aqui, principalmente por causa do vento e o piso é bastante escorregadio. Foi um desafio para todos”, assumiu.

A 18ª edição do GP de Portugal estará despida de público nas bancadas. No ano passado, foram 27,289 números oficiais.

Sem espetadores, as contas do GP de Portugal serão substancialmente diferentes das do ano passado.

Se, em 2020, as receitas rondaram os “28 milhões de euros, valores fora a bilheteira” e nos quais se incluiu “consumo, hospedagem e deslocação”, este ano o GP terá um “impacto de seis milhões de euros”, antecipa João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), um valor que ultrapassa o investimento feito pelo Estado (1,5 M€).

Senna e Hamilton colados num campo de futebol

O Grande Prémio de Portugal marca o regresso de um Schumacher ao Algarve. O estreante Mick Schumacher, ao volante de um Haas, fará as mesmas curvas e elevações que o pai e antigo piloto e campeão mundial de Fórmula 1, Michael Schumacher, fez aos comandos de uma Superbike, em 2008.

O legado histórico da F1 em Portimão não se fica, no entanto, pela passagem de testemunho de um pai para filho.

Dia 1 de maio foi dia de recordar Ayrton Senna. 27 anos depois do desaparecimento do tricampeão mundial, o piloto brasileiro voltou a ser imortalizado.

Uma obra de arte desenhada num campo de futebol próximo do autódromo colou metade do rosto de Senna com outra metade de Lewis Hamilton, recordando as vitórias por ambos alcançadas no Estoril (1985) e Portimão (2020). Um junção de campeões porque “Even legends have heroes (até as lendas têm heróis)”, conforme se lê na legenda.

O artista plástico Huariu gastou 10 dias de trabalho e 1800 litros de tinta nesta homenagem que ocupa 5500 metros quadrados de relva.

A história de Portugal sobe ao pódio

Terminada a corrida, a portugalidade sobe ao primeiro plano na hora das celebrações. Inédito nos circuitos de Fórmula 1, por detrás do palco e do pódio, estará um mural de “28 metros de cumprimento e 5 metros de altura”, uma tela na qual é “contada a história de Portugal e das suas tradições”, explicou Kruella D’Enfer, artista plástica durante um evento de apresentação do GP de Portugal.

“Portus Magnus, Portimão, Porto Grande, em Latim” é nome da peça criada em tempo recorde. “Pediram-me há 15 dias algo que representasse Portugal”, disse a artista de 32 anos. “Agarrei-me à figura da peixeira, da pesca, comércio, a laranja, o mar e a serra que representam a região algarvia e Portugal” especificou.

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