Em entrevista à agência Lusa, José Manuel Constantino disse desconhecer se o orçamento para o próximo ciclo olímpico terá o mesmo valor de 18,5 milhões de euros, dada a ausência de respostas por parte das entidades estatais.

“Não sei responder a isso, porque já solicitámos ao IPDJ [Instituto Português do Desporto e Juventude] um início de conversações para a construção do modelo de financiamento e programa para Paris2024, para que não haja nenhum hiato entre uns Jogos e outros e se possa reajustar os calendários à circunstância de um prolongamento deste ciclo olímpico, e aguardo resposta a esses pedidos. Que tarda, porque já devíamos estar a trabalhar sobre essa matéria”, realçou o dirigente olímpico.

José Manuel Constantino assinalou a ausência de financiamento do Estado a partir de dezembro de 2021, promovendo a indefinição sobre as bolsas para os atletas participantes em Tóquio2020.

“O ideal seria ter isto fechado antes dos Jogos, para que os atletas tivessem uma perspetiva, designadamente os atletas com classificações que lhes garante continuidade no processo de preparação olímpica tendo em vista Paris2024, que lhes permitisse garantias relativamente a essa continuidade”, alertou.

O silêncio é, segundo Constantino, a reação mais frequente aos pedidos do COP: “É um traço comum a muitas das questões que colocámos à administração pública e desportiva e até ao Governo. Muitas das solicitações, pareceres, propostas, não têm resposta. A resposta é acusar receção. Neste caso, nem isso", lamentou.

Já relativamente a Tóquio2020, “do Governo, no que concerne à preparação olímpica", não tem "tido nenhuma dificuldade ou obstáculo”, de acordo com Constantino, que viu benefícios no adiamento dos Jogos, uma vez que “aumentou as possibilidades de apuramento de alguns atletas”, apesar do ‘engordar’ da fatura.

“Do ponto de vista financeiro, tivemos de prolongar um conjunto de custos que esperávamos encerrar em dezembro do ano anterior para o termos de encerrar em dezembro do ano em que estamos. Desde logo, na nossa estrutura interna, porque há um conjunto de recursos contratados que têm em vista os Jogos e, prolongando por mais um ano, significa prolongar a despesa por mais um ano”, explicou.

No entanto, o presidente do COP admitiu que esta situação era uma inevitabilidade.

“Terá um peso na fatura final relativamente à participação nos Jogos, mas é uma circunstância que temos de fazer frente, porque não havia grandes alternativas face ao quadro pandémico que vivíamos. O adiamento dos Jogos foi considerada a solução mais sensata”, admitiu.

Por estar ainda nas vésperas dos segundos Jogos Olímpicos sob a sua liderança, Constantino escusou-se a responder a uma possível continuidade no COP.

“Não é um assunto que agora se coloque. Colocar-se-á depois de Tóquio, em função de uma avaliação do nosso trabalho, e em função disso decidirmos”, concluiu.