“Os números [financeiros] do clube são preocupantes. Recebemos uma herança nefasta e calamitosa [da anterior direção], com uma massa salarial desportiva que representa 110% das receitas do clube. Não temos margem salarial. Fazer um investimento com o que se previa com o contrato de Messi acarretava certos riscos e não queremos colocar ainda mais em risco o clube”, afirmou Laporta, em conferência de imprensa.

Na quinta-feira, o FC Barcelona anunciou que não iria renovar o contrato com Lionel Messi, que tinha terminado no final de junho, justificando a decisão com “obstáculos económicos e estruturais”, mais concretamente regras financeiras impostas pela Liga espanhola (LaLiga) aos clubes.

Numa conferência de imprensa que durou mais de uma hora, Laporta, que foi eleito presidente em março, reforçou que o clube tem de “cumprir o fair-play financeiro” e não pode “hipotecar 50 anos de direitos televisivos”.

“Esta instituição tem 122 anos de história e está acima de qualquer jogador, inclusive do melhor jogador do mundo. O Barça está acima de todos e é preciso preservar a instituição. Já passámos por muitas coisas e conseguimos sempre ultrapassá-las. Acredito que também o consigamos agora”, referiu o presidente dos catalães.

Ainda assim, Joan Laporta assegurou que Lionel Messi queria continuar no emblema que representou nos últimos 20 anos: “Não há qualquer razão para criticá-lo. Fez todos os possíveis para continuar. O Leo queria ficar. Estou triste, mas convencido de que defendemos da melhor forma os interesses do Barça.”

“Deixa um legado enorme, fez história aqui. Foi o jogador que mais troféus conquistou e é uma referência de um período brilhante, mas espero que possamos superá-lo. Iniciamos uma nova era. Há um antes e um depois [de Messi]. Trouxe alegria, êxitos, imagens que ficam para a história. Fica um agradecimento eterno. No entanto, não vou dar falsas esperanças e dizer que a situação vai ficar controlada. A massa salarial está sobrecarregada. Com Messi, correspondia a 110% das receitas e sem ele é de 95%”, alertou Laporta.

Com esta separação, Lionel Messi, seis vezes vencedor da Bola de Ouro, pode mudar pela primeira vez de clube, aos 34 anos, e depois de 672 golos, 778 jogos e 34 títulos na equipa principal dos catalães.

Em 14 de julho, a imprensa espanhola tinha revelado que o internacional ‘alviceleste’, que ficou livre em 01 de julho, iria prolongar a ligação ao clube ‘culé’ até ao final da época 2025/26, uma renovação que acabou por não acontecer, uma vez que a La Liga não deu o aval.

Messi, que chegou ao 'Barça' quando tinha 13 anos, estreou-se pela equipa principal em 2004/05 e, em 17 épocas, arrebatou 34 títulos, entre os quais 10 ligas espanholas e quatro ligas dos campeões, além de ter sido eleito por seis vezes ‘Bola de Ouro’ (melhor jogador do mundo) e ter conquistado por seis vezes a ‘Bota de Ouro’ (melhor marcador dos campeonatos europeus).

Antes do arranque da temporada passada, Messi enviou um ‘burofax’ ao FC Barcelona, manifestando a sua intenção de deixar o clube, mas, depois, acabou por recuar e cumpriu o último ano de contrato com o FC Barcelona, deixando claro que jamais entraria numa guerra na justiça com o seu clube de sempre.

Entretanto, o anterior presidente Josep Maria Bartomeu saiu do clube, voltando Joan Laporta, ao ganhar as eleições realizadas em 07 de março de 2021, sendo que um dos seus principais desafios era garantir a manutenção do futebolista argentino.

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