A revelação foi feita pelo presidente do próprio organismo, no discurso de abertura da conferência 'Talks Santander/Record', em Lisboa, onde Pedro Proença reconheceu que o futebol “não fica de fora” do impacto que a pandemia está a provocar na economia mundial e nacional.

“Num cenário de continuação da ausência de adeptos, de retração de investimento de patrocinadores e diminuição de receitas de transferências, a época de 2020/21 pode atingir perdas de 350 ME de receitas. E isto assumindo que os direitos televisivos não serão colocados em causa”, revelou o presidente do organismo que tutela o futebol profissional em Portugal.

O líder da LPFP lembrou, ainda, que a pausa da I Liga, em março, e o cancelamento definitivo do escalão secundário representaram uma perda de 135 ME para as sociedades desportivas na última época e referiu que a covid-19 “realçou ainda mais algumas das vulnerabilidades existentes no setor”, sinalizando "assimetrias" entre os clubes e ‘destapando’ os “modelos excessivamente dependentes de receitas extraordinárias como a venda de jogadores”.

“São valores preocupantes e revelam uma fragilidade que o futebol português não podia ter em 2020”, sentenciou o presidente da LPFP.

Nesse sentido, Pedro Proença realçou que a pandemia de covid-19 pode ser, também, uma “oportunidade” para reformular toda a estrutura do futebol profissional português, naquilo que apelidou de um autêntico ‘Plano Marshall’, mas sublinhou que esse caminho “só pode ser percorrido com o governo” português.

O presidente da Liga realçou, entre outros aspetos, a “necessidade de levar a cabo uma revisão legislativa do quadro fiscal e da distribuição da receita das apostas”, assim como uma “revisão do regime jurídico das sociedades desportivas” de forma a promover um “maior escrutínio dos potenciais investidores”.