A equipa dos portugueses Rúben Dias, João Cancelo e Bernardo Silva dependia apenas de si para conquistar o título, mas esteve a perder por dois golos, dando a volta ao resultado já dentro dos últimos 15 minutos, com três golos em seis minutos, de nada valendo o triunfo do Liverpool na receção ao Wolverhampton, por 3-1.

Os Reds também começaram em desvantagem, fruto de um golo do português Pedro Neto pelo Wolves, mas acabaram a ganhar 3-1, com golos de Mané, Salah e Robertson.

O Manchester City conquistou, assim, o oitavo título do seu historial, com quatro dos cetros a serem conseguidos nas últimas cinco épocas, com exceção para 2019/20, que foi para o Liverpool, e apenas pela segunda vez de forma consecutiva (2018 e 2019, 2021 e 2022).

A vitória na ‘Premier League’, provavelmente a Liga mais competitiva do mundo, é a grande conquista da época, depois de a equipa voltar a falhar na Liga dos Campeões, desta vez ao ‘cair’ nas meias-finais.

No campeonato, a realidade é outra, num braço de ferro com o Liverpool – finalista da ‘Champions’ -, com os dois emblemas a mostrarem, uma vez mais, que estão um patamar acima dos restantes, numa época em que o Manchester United, vice-campeão em 2021, desiludiu.

A equipa de Pep Guardiola demonstrou a nível interno essa superioridade, com um plantel muito diversificado, em que os internacionais portugueses Rúben Dias, João Cancelo e Bernardo Silva foram quase sempre opção.

Dos três, o central Rúben Dias, que na última época tinha sido eleito o melhor jogador do campeonato, foi o que menos jogou, mas ainda assim com 40 jogos, 27 dos quais no campeonato, por se ter lesionado em março, regressando apenas mês e meio depois.

Na equipa, João Cancelo foi dos mais utilizados, bem como Bernardo Silva, no top-4 das escolhas de Guardiola, a par de Ederson e Rodri, e Rúben Dias, mesmo lesionado – perdendo jogos entre março e abril -, entra nos seis mais utilizados.

De resto, o treinador espanhol teve muita matéria-prima para gerir a equipa, em que também o internacional belga Kevin de Bruyne, eleito o melhor da Liga, continuou a mostrar que é um jogador de exceção, uma locomotiva capaz de criar e marcar como poucos.

O médio belga, que também esteve lesionado entre agosto e setembro, e depois infetado com o novo coronavírus, foi o melhor marcador dos campeões, com 15 golos, e o segundo melhor nas assistências, com sete.

Guardiola tem a vantagem de contar com um plantel de várias soluções, sem depender exclusivamente de um ou dois jogadores, num grupo em que Gabriel Jesus, Sterling ou Mahrez também estiveram entre os mais eficazes, além de Bernardo Silva, Gundogan ou Rodri.

Na defesa, Cancelo, que esteve entre os nomeados para jogador da época, reafirmou-se como um dos melhores laterais do mundo, sendo um dos que contribuiu com mais assistências na equipa (sete), apenas atrás de Gabriel Jesus e com os mesmos números de De Bruyne.

O oitavo título da formação de Manchester começou a esboçar-se a partir da 15.ª jornada, depois de a equipa ‘agarrar’ a liderança na Liga e não a largar mais, num percurso a partir do início de dezembro, em que chegou a ter oito pontos de vantagem.

Com a sua melhor série entre a 11.ª e a 22.ª jornada, com 12 triunfos consecutivos entre o início de novembro e 12 de fevereiro, foram poucas as equipas que conseguiram ‘travar’ a ‘espetacularidade’ do Manchester City.

Curiosamente quem o fez até ‘repetiu’ a ‘dose’, indicando que o City não se deu bem como esses adversários.

Tottenham, fora (derrota por 1-0) e em casa (derrota por 3-2), bateram os campeões, enquanto o Southampton (0-0 em casa do City e 1-1 fora), Crystal Palace (2-0 em casa e 0-0 fora) e Liverpool (2-2 fora e em casa) foram as outras ‘bestas negras’.

Na penúltima jornada, num jogo pouco conseguido, os ‘citizens’ estiveram a perder com o West Ham (2-0) e colocaram-se em risco, num cenário que poderia permitir ao Liverpool ainda igualar no topo da classificação, mas atenuaram os danos com um empate (2-2).