O Sporting de Braga vem de ser eliminado pelo Rangers nos quartos de final da Liga Europa (3-1, após prolongamento) e, no final, o presidente ‘arsenalista’ deixou críticas aos jogadores e à equipa técnica liderada por Carlos Carvalhal.

“Na primeira parte [diante do Rangers], não existimos como equipa nem no campo, nem no banco”, afirmou António Salvador na quinta-feira.

Hoje, na antevisão da deslocação ao terreno do Estoril Praia, na segunda-feira, da 30.ª jornada da I Liga, Carlos Carvalhal relativizou as declarações do dirigente, considerando que António Salvador é “muito emocional”.

“Sempre senti um apoio muito grande do presidente, tenho uma relação muito boa com ele, ele é uma pessoa muito emocional, acabou o jogo, puseram-lhe o microfone à frente… Tenho que relativizar a situação e para mim não é assunto. Conheço-o melhor do que vocês todos, ele é uma pessoa muito emocional, é um não assunto”, reforçou.

Carlos Carvalhal disse ainda ficar “grato” aos adeptos pelos elogios que recebeu e, com o futuro por definir, declarou estar em Braga “por espírito de missão”.

“Tive oportunidade de sair a meio para uma situação financeiramente muito vantajosa [Atlético Mineiro] e fiquei aqui numa altura em que o Braga apostou ainda mais nos jovens e teria sido confortável para mim abandonar o ‘barco’. Não o fiz, porque estou aqui fundamentalmente por razões sentimentais, um dia explicarei melhor porque optei pelo Braga quando tinha uma proposta do Flamengo em cima da mesa. Estou aqui por espírito de missão e estou muito grato ao clube, adeptos e presidente”, assumiu.

O treinador revelou ter recebido “muitas mensagens de amigos ingleses, árabes e turcos” após o jogo da Escócia: “ficaram estupefactos como, com nove jogadores, discutimos o resultado”.

“Vi com agrado o rescaldo do empate do Benfica em Liverpool e do Sporting [fora] com o Manchester City, mas o que o Braga fez também foi digno de registo e de elogio. Se as regras fossem as do ano passado, tínhamos passado”, disse.

Os bracarenses registam três vitórias seguidas no campeonato, enquanto os estorilistas vêm de três derrotas consecutivas.

“É um jogo que tem uma importância muito grande. Sabemos das dificuldades que o adversário nos vai colocar, tem um futebol de qualidade, mas queremos vencer porque temos que consolidar a nossa posição e podemos igualar o registo pontual do ano passado à mesma jornada. Também, quem joga no Braga tem que jogar sempre para vencer”, frisou.

O treinador considerou que a equipa tem que “reagir fortemente ao último jogo” em que saiu “mais que inteira”.

“Queremos aproveitar esse bom momento de alma e espírito de equipa, porque os meus jogadores foram bravíssimos. Sem menosprezar, esta é uma das equipas do Braga que honra o epíteto de ‘Guerreiros do Minho'”, disse.

O técnico notou ainda o contexto fisicamente difícil, após o Sporting de Braga ter jogado com 10 em Vizela desde os 40 minutos (na última jornada) e, “num jogo de elevadíssima intensidade, de 120 minutos, com 10 e depois com nove”, na Liga Europa.

Carlos Carvalhal revelou que Castro fez cerca de 17 quilómetros em Glasgow e está em dúvida para segunda-feira, jogo para o qual Vítor Oliveira, expulso diante do Vizela, é baixa certa.

Já Iuri Medeiros, expulso diante do Rangers, fica de fora com o Estoril Praia – “cometeu um erro, não vai estar para fazer uma reflexão e estará de volta para o próximo jogo” –, tendo sido chamado Kodisang.

Sporting de Braga, quarto classificado, com 55 pontos, e Estoril Praia, 10.º, com 34, defrontam-se a partir das 20:30 de segunda-feira, no Estádio António Coimbra da Mota, num jogo que será arbitrado por Rui Costa, da associação do Porto.