Em Glasgow, a Escócia não conseguiu tirar partido do 'fator casa', ante um adversário redobradamente unido, após a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que já dura há mais de três meses.

Dispensados de combater militarmente, os pupilos de Oleksandr Petrakov prepararam-se em Brdo, nos Alpes eslovenos, para a 'sua guerra', que é garantir a viagem para o Qatar, no final do ano, vencendo os dois jogos do 'play-off' europeu de qualificação para o Mundial.

Sem disputar partidas oficiais desde novembro, a seleção que equipa de amarelo apresentou-se no entanto em muito boa forma, sobretudo a sua 'legião estrangeira', os jogadores que militam nos melhores campeonatos da Europa.

Entre esses jogadores está o benfiquista Roman Yaremchuk, aposta renovada para ponta de lança e autor de um dos golos ucranianos, então a fazer o 2-0, no arranque da segunda parte.

Antes, o domínio dos visitantes já tinha rendido golo, aos 33 minutos, com Yarmolenko a finalizar, com muito talento, um lançamento longo de Malinovskyi.

Ao 'criativo' do West Ham bastaram dois toques na bola - um para a receber e o outro para fazer um irrepreensível 'chapéu' sobre Gordon.

O 45.º golo da sua carreira na 'Zbirna' deixa-o já muito perto do recorde de 48 tentos de Andriy Shevchenko, ainda o melhor marcador da seleção.

A eliminatória estava então muito bem encaminhada e mais ficou aos 49 minutos, com o golo de cabeça do avançado do Benfica.

Após uma jogada de ataque da Ucrânia, a bola foi para a direita onde Karavaev executou um centro muito bem medido, ao segundo poste, onde apareceu de rompante Yaremchuk.

Depois desse golo, a Escócia ficou abalada, mas não desanimou e continuou a discutir o jogo, só que com menos acerto do que precisava.

Ainda assim, chegou ao 1-2, aos 79 minutos, em lance 'estranho' marcado por Callum McGregor, com Stepanenko ainda a tirar a bola da sua baliza - mas já para lá da linha de golo, considerou o sistema de 'goal line'.

Sólida a defender, rápida e perigosa a atacar, a Ucrânia poderia ter 'matado o jogo' por Zubkov, mas foi mesmo Dovbyk que fechou as contas, aos 90+5 minutos, de novo em contra-ataque, lançado por Zinchenko.

Agora, a Ucrânia nem sai da Grã-Bretanha, na sua rota para o Qatar, e tem encontro marcado com o País de Gales em Cardiff, domingo, na final do caminho A dos 'play-offs' europeus.