Na audição perante a comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, que ao final da tarde dará o seu parecer, Lagarde, designada pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia para suceder a Mario Draghi na liderança do BCE a partir de 31 de outubro, elogiou o trabalho do seu antecessor e garantiu que seguirá “os mesmos princípios”, caso seja confirmada no cargo.

Lagarde disse que “os desafios que justificam a política atual do BCE não desapareceram”, pelo que pretende seguir uma política acomodatícia”, com “agilidade”, para estimular a economia.

No entanto, frisou que a política monetária não pode substituir as políticas orçamentais, nem ser sobrecarregada por estas, e, em resposta a uma questão do eurodeputado socialista português Pedro Marques, disse esperar nunca ter de fazer um anúncio como o de Draghi em 2012, quando o ainda líder do BCE anunciou que a instituição faria “o que for preciso para preservar o euro”.

Apontando que essa intervenção de Draghi foi “absolutamente essencial para travar os ataques à dívida soberana”, ainda que tenha chegado “tarde”, pelo menos do ponto de vista de países como Portugal, Pedro Marques perguntou a Lagarde se também se comprometia a fazer o que fosse preciso.

“Espero nunca ter de dizer algo do género, porque tal significaria que os outros decisores de política económica não estão a fazer o que deveriam”, respondeu a ex-diretora-geral do Fundo Monetário Internacional.