Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Jerónimo Martins adianta que as vendas consolidadas do grupo aumentaram 8,7% no semestre, para 8.426 milhões de euros.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentou 7,4% para 446 milhões de euros.

A dívida líquida do grupo era de 367 milhões de euros no final de junho, após o pagamento, em maio, de dividendos no valor de 385 milhões de euros.

No primeiro semestre, as vendas LFL ['like-for-like', ou seja, vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise] cresceram 4,1% "impulsionadas por fortes posições competitivas", refere a empresa.

A cadeia polaca Biedronka registou vendas de 5,8 mil milhões de euros, mais 8,6% que um ano antes.

"A Biedronka está preparada para concretizar o seu programa de expansão para este ano. No primeiro semestre abriu 30 novas lojas (nove adições líquidas) e remodelou 87 localizações", acrescenta o grupo.

O EBITDA da Biedronka aumentou 8,4% para 407 milhões de euros.

Ainda no mercado polaco, a cadeia de saúde e beleza Hebe registou vendas de 94 milhões de euros, um aumento de 25,9%.

Em Portugal, o Pingo Doce registou "um sólido crescimento de 3,4% das vendas LFL (excluindo combustível), que, combinado com a expansão, levou a um aumento das vendas de 4,6% para 1,8 mil milhões de euros".

O EBITDA do Pingo Doce caiu 4,5% para 77 milhões de euros no semestre, sendo que a diminuição da margem EBITDA (de 4,7% para 4,2%) "traduziu os aumentos salariais implementados" na cadeia de retalho no quarto trimestre de 2017.

O Recheio teve uma subida de 3% nas vendas LFL e as vendas totais cresceram 3,5% para 458 milhões de euros. O EBITDA da grossista subiu 4,6% para 23 milhões de euros.

Relativamente ao mercado colombiano, a cadeia Ara teve vendas de 283 milhões de euros, mais 53,2% que um ano antes.

A insígnia colombiana "abriu 50 lojas nos primeiros seis meses de 2018, em linha com o plano de somar 150 lojas no ano", e o centro de distribuição em Bogotá, previsto para este ano, está em fase de conclusão, devendo iniciar operações no terceiro trimestre.

A Ara e a Hebe registaram perdas de 45 milhões de euros no EBITDA, com a cadeia colombiana a ser responsável por 85% do total. "As perdas comparáveis no primeiro semestre de 2017 foram de 47 milhões de euros", refere a Jerónimo Martins.

O investimento (CAPEX) do grupo atingiu os 295 milhões de euros, dos quais mais de metade (56%) foram aplicados na Biedronka e 17% na Ara.

"O 'cash flow' no período foi negativo em 137 milhões de euros, refletindo a sazonalidade do capital circulante a uma mais rápida execução do programa de investimento do que no primeiro semestre de 2017", adianta.

"As nossas equipas tiveram um forte desempenho em ambientes concorrenciais e registámos, neste primeiro semestre, resultados sólidos", afirma o presidente e administrador-delegado do grupo, Pedro Soares dos Santos, citado em comunicado.

"As nossas insígnias mantêm-se focadas no crescimento de vendas e comprometidas a reforçarem as suas posições nos respetivos mercados", salienta.

Em termos de perspetivas para este ano, a Jerónimo Martins destaca que a economia polaca está a crescer, sendo que a Beidronka "permanecerá centrada em satisfazer as expectativas do consumidor e em continuar a crescer", apesar de na segunda metade do ano contar com menos 13 dias de vendas, "no contexto da obrigatoriedade de encerrar as lojas aos domingos".

Em Portugal, o Pingo Doce e o Recheio "estão bem preparados para prosseguir o reforço das suas posições de mercado e tirar proveito do ambiente favorável de consumo e no canal HoReCa [Hotéis, Restaurantes e Cafés]", enquanto na Colômbia a Ara "manter-se-á focada no ritmo de expansão para ganhar escala", prevendo abrir 100 lojas no segundo semestre.

A Jerónimo Martins reitera o 'guidance' divulgado: "as perdas combinadas da Ara e da Hebe, ao nível do EBITDA, deverão ser ligeiramente inferiores às registadas em 2017 a taxas de câmbio constantes, e o CAPEX para o ano estima-se em 700-750 milhões de euros".

O investimento "nos novos negócios e nos já estabelecidos é essencial para garantir crescimento futuro e retornos sólidos", conclui o grupo.


Notícia atualizada às 19:04