A referência ao apoio de Merkel e Macron surge apenas no resumo oferecido pelas autoridades chinesas. Alemanha e França não fizeram menção ao assunto nas suas respetivas declarações sobre a videoconferência realizada na segunda-feira.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China garantiu que Macron expressou o seu “apoio à conclusão do acordo de investimentos China-UE” e que Merkel mostrou esperança de que “seja aprovado o mais brevemente possível”.

“A Alemanha apoia que a cimeira entre a UE e a China seja antecipada e espera que o acordo de investimento seja aprovado o mais brevemente possível”, disse a chanceler alemã, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua.

O documento não refere qualquer declaração sobre o assunto por parte de Xi, que pediu a “ampliação do consenso e da cooperação” com os países europeus para “enfrentar desafios globais em conjunto”.

“Esperamos que a Europa desempenhe um papel mais ativo nos assuntos internacionais, refletindo verdadeiramente a sua autonomia estratégica”, exortou Xi.

O apelo surgiu após uma visita do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à Europa, que visou formar uma frente comum para desafiar a China em questões económicas e de Direitos Humanos. A cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte apontou também, pela primeira vez, a China como um adversário.

Apesar de a União Europeia reclamar há vários anos reciprocidade no acesso ao mercado, apontando que as suas empresas enfrentam regulamentos discriminatórios no país asiático, Xi pediu aos países europeus que “proporcionem um ambiente de negócios transparente e não discriminatório para as empresas chinesas”.

As relações entre a China e a UE deterioraram-se nos últimos meses.

O acordo recíproco de proteção ao investimento continua pendente de ratificação no Parlamento Europeu, numa altura em que diferenças políticas estão a aumentar, após as reclamações europeias sobre a repressão de Pequim em Hong Kong e as violações dos Direitos Humanos dos membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur, no extremo oeste da China.

A UE sancionou em 22 de março – após decisão semelhante dos Estados Unidos – quatro funcionários e uma entidade chinesa pela situação em Xinjiang.

Foram as primeiras sanções aplicadas pela UE à China desde o massacre na Praça de Tiananmen, em 1989.

Pequim respondeu, por sua vez, sancionando dez europeus, metade deles eurodeputados, e quatro entidades, ao mesmo tempo que convocou o embaixador da UE na China, Nicolas Chapuis, para apresentar uma queixa formal a Bruxelas.

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