De acordo com o documento, “a recuperação da economia portuguesa deverá acompanhar apenas temporalmente a recuperação europeia, mas não o seu ritmo” e “será assimétrica porque a pandemia está a reestruturar as atividades, quer externa, quer internamente”.

O quadro das perspetivas económicas para Portugal depende da evolução da pandemia, do ritmo de recuperação económica internacional e europeia e também do ‘Brexit’, afirma a consultora.

A SaeR realça que a economia portuguesa recuperou no terceiro trimestre de 2020, com um crescimento de 13,3% face ao trimestre anterior, embora com uma contração de 5,7% em termos homólogos, acrescentando que “o quarto trimestre já deveria registar, de novo, uma contração, à semelhança, entre outras, das economias da zona euro”.

“Seriamente afetados são o setor do turismo/HORECA [hotéis, restaurantes e cafés] bem como transporte aéreo e atividades culturais” e “a evolução no primeiro trimestre de 2021 não deverá melhorar”, sublinha ainda a consultora.

Segundo o documento, “Portugal encontra-se confrontado com a instabilidade da aliança parlamentar, que tem permitido a continuidade do governo minoritário do Partido Socialista, e com a indefinição da estratégia de crescimento e modernização na economia, quando assume a presidência do Conselho da UE e se vão realizar as eleições presidenciais”.

“Seria uma oportunidade de reflexão de longo prazo, mas será prejudicada pelas circunstâncias conjunturais”, pode ler-se no relatório.

De acordo com a SaeR, no setor do turismo, o impacto das medidas implementadas para conter a propagação da pandemia será mais longo, “não havendo quaisquer condições para prever que esta atividade retome, de alguma forma que seja economicamente sustentável, num prazo previsível com algum grau de certeza”.