"Estes fenómenos têm retraído a atração de investimentos e contribuído para a exportação [fuga] de capitais", disse Sérgio Pantie, chefe da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) na Assembleia da República.

Pantie falava no discurso de abertura das sessões plenárias do parlamento, que recomeçaram hoje após a tradicional pausa.

"Instamos as autoridades para que continuem a redobrar esforços no sentido de investigar e esclarecer estes casos", declarou.

O chefe da bancada parlamentar do partido no poder exortou a população a ficar vigilante e a denunciar casos suspeitos de raptos e sequestros que ocorrem nos bairros e locais de trabalho.

Sérgio Pantie observou que "a onda de raptos" está a "assombrar" a vida dos moçambicanos, "em particular nas grandes cidades".

O apelo da Frelimo acontece depois de na segunda-feira mais um empresário ter sido raptado na baixa de Maputo, numa vaga de raptos que têm visado homens de negócios e seus familiares, em algumas cidades moçambicanas.

No discurso de abertura das sessões parlamentares, Sérgio Pantie também pediu ao executivo para aumentar a aposta na construção de mais infraestruturas e na diversificação da economia.

"Encorajámos o Governo a continuar a realizar investimentos necessários para reduzir o défice de infraestruturas e melhorar as condições de vida das populações na componente social e de desenvolvimento humano. No mesmo diapasão, consideramos crucial a aposta na diversificação da economia, como forma de tirar proveito das várias potencialidades que o país apresenta", enfatizou Sérgio Pantie.

A Frelimo saudou as medidas adotadas pelo Governo para a recuperação da economia após o impacto da covid-19, assinalando os incentivos fiscais e os avanços na desburocratização da máquina administrativa para a dinamização da atividade produtiva.

"Todas estas medidas vão permitir que o cidadão e o setor privado estejam no centro da atividade económica e na maximização do potencial de produção nacional", enfatizou.

Os debates no parlamento prosseguem na sexta-feira, com a Tabela Salarial Única (TSU) na agenda, um instrumento com o qual o Governo pretende harmonizar os critérios de cálculo de salários na Administração Pública e corrigir os desequilíbrios da matriz remuneratória do setor.

A ordem de trabalhos dos deputados inclui ainda, até dezembro, o debate das propostas de lei da comunicação social e radiodifusão, a revisão da lei sobre o regime jurídico dos cidadãos estrangeiros em Moçambique, debate da lei cambial e da lei que estabelece o regime jurídico da conta bancária.

A informação do chefe de Estado sobre o estado da nação, informação do provedor de Justiça, sessões de perguntas ao Governo e o debate do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado de 2023 contam também da agenda parlamentar.

A Assembleia da República é dominada pela Frelimo com uma maioria qualificada de 184 dos 250 assentos do hemiciclo.

A Renamo tem 60 deputados e o MDM detém seis assentos.

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