Com direção artística de José Pinho, o Festival Internacional de Literatura e Língua Portuguesa – Lisboa 5L é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa (CML) para celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa e promover a Língua, a Literatura, os Livros, as Livrarias, a Leitura, os Autores e os seus Leitores.

A programação do Festival 5L para os próximos cinco dias vai decorrer em espaços variados que vão do teatro São Luiz ao Museu da Farmácia, passando pelo Cineteatro Capitólio e o Cinema Ideal, bem como em ruas, livrarias, largos e praças lisboetas.

Os debates e mesas de autor realizam-se no São Luiz Teatro Municipal e no Museu da Farmácia e contam com a presença de escritores e especialistas, nacionais e estrangeiros, consagrados e também estreantes.

A sessão inaugural, a decorrer hoje às 14:30 no Teatro São Luiz, conta com a entrega do Prémio UCCLA/CML e o concerto-falado Ki Kre Txeu, confluência entre a lírica camoniana e o crioulo de Cabo Verde, numa tradução pelo poeta José Luiz Tavares.

Segue-se então o debate, às 16:00, "Dia Mundial da Língua Portuguesa Português, uma língua entre muitas", contando com a presença do escritor e jornalista indígena brasileiro Ailton Krenak, do dramaturgo macaense Miguel de Senna Fernandes, do poeta e romancista angolano Ondjaki e do escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa.

Entre os autores convidados contam-se nomes como Isabel Minhós Martins, José Pacheco Pereira, Bruno Vieira Amaral, João Tordo, Isabel Rio Novo, Lídia Jorge, Mário de Carvalho, Mário Zambujal, Teolinda Gersão, Gonçalo M. Tavares, Filipe Melo, Valter Hugo Mãe, Afonso Cruz, Matilde Campilho, José Luís Peixoto, Itamar Vieira Júnior, Paulo Scott, José Eduardo Agualusa, Ondjaki e Alberto Manguel.

Os temas das conversas irão desde o mercado nacional do livro infantil ao papel das distopias na literatura, passando pelo conceito de biblioteca privada, o processo criativo dos escritores, o futuro das livrarias ou a forma como a cidade de Lisboa influenciou a obra de vários autores.

No que respeita a concertos, que celebram a palavra através da música, está prevista a participação de artistas como os Poetry Ensemble e Lisbon Poetry Orchestra, mas também de Sérgio Godinho, Filipe Raposo, Capicua e Camané.

O Cinema Ideal será espaço para um ciclo de filmes adaptados de obras literárias, criado em parceria com o IndieLisboa, que exibirá "Uma abelha na chuva", de Fernando Lopes, sobre o romance de Carlos de Oliveira, "Apocalypse Now", de Francis Ford Coppola, inspirado no clássico de Joseph Conrad "Coração das Trevas", "Blow-Up", de Michelangelo Antonioni, a partir da novela de Julio Cortazar, "Galinha com ameixas", de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, sobre a novela gráfica da própria Marjane Satrapi, e "Bruscamente no verão passado", de Joseph L. Mankiewicz, sobre a peça de Tennessee Williams.

Neste festival haverá lugar também para um percurso 'performativo', com a participação do público, pelas ruas, largos e becos da baixa de Lisboa — para tal é necessária marcação prévia em bemessencial.reserva@gmail.com —, e para duas exposições: uma que reúne cartas escritas há centenas de anos, assim como ilustrações de artistas portugueses nelas inspiradas, e outra de “Álbuns Ilustrados” e de atividades desenvolvidas por alunos nas escolas.

A iniciativa “Itinerários Literários” leva o público a percorrer as ruas pela perspetiva de consagrados autores portugueses — de Joaquim Paço d’Arcos a Camões.

Paralelamente ao programa nuclear, vão decorrer atividades em editoras, livrarias e espaços culturais.

Das mais relevantes vão os lançamentos literários. Vão ser apresentados durante o festival:

  • "Cidades do Sol. Em busca de utopias nas grandes metrópoles da Ásia", de Paulo Moura (editado pela Objectiva Editora);
  • "Quarentena, uma história de amor", de José Gardeazabal (editado pela Companha das Letras);
  • "O Vício dos Livros", de Afonso Cruz (editado pela Companha das Letras);
  • "Guerra Colonial", de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes (editado pela Porto Editora);
  • "Palavra do Senhor", de Ana Bárbara Pedrosa (editado pela Bertrand Editora);
  • "Cordão", de Ana Freitas Reis (editado pela abysmo);
  • "O que veem as estrelas", de Nuno Camarneiro (editado pela Minotauro);
  • "Odi Marítimu", de Fernando Pessoa, traduzida para cabo-verdiano por José Luiz Tavares (editado pela abysmo);
  • "As Portas de Santo Antão", de Luis Manuel Gaspar (editado pela abysmo).

Esta não era para ser a primeira edição do Lisboa 5L. A edição inaugural chegou a estar anunciada para maio de 2020 e algumas das suas atividades aconteceram efetivamente ao longo desse ano: a 5 de maio, por exemplo, festejou-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa (UNESCO). No entanto, devido à pandemia, a primeira integral do Lisboa 5L foi adiada para este ano.

A programação completa do Festival 5L, assim como a programação paralela do festival, podem ser consultadas no ‘site’ http://www.lisboa5l.pt.

*com agência Lusa