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Juntos nos amores falhados e nas DST

Se fazes parte da percentagem de pessoas que já perdeu a fé no sexo masculino e achas que o sonho de qualquer homem é embarcar numa odisseia de one night stands e aproveitar a vida de solteiro, é porque nunca conheceste um “Dylan Witter”. Mas, reza a lenda, há muitos por aí. E quem é o Dylan Witter? É a personagem principal de um dos meus binges de fim de semana: “Lovesick”.

Na vida adulta, com amigos já casados e a pensar em formar família, Dylan (Johnny Flynn) só quer encontrar o amor, mas a tarefa revela-se mais complicada do que pensava. Com uma longa lista de relacionamentos falhados, o jovem britânico vê-se obrigado a entrar em contacto com todas as mulheres do seu passado quando descobre que tem clamídia, uma doença sexualmente transmissível que não sabe onde apanhou (ou devo dizer com quem?), nem a quem transmitiu.

Mas se, para Dylan, toda a situação parece uma espécie de tortura emocional, até porque, na maior parte das vezes, foi o rapaz a sair dos relacionamentos com o coração partido, felizmente não está sozinho. Ao seu lado está sempre o melhor amigo, Luke (Daniel Ings), o solteirão que é quem mais o incentiva a envolver-se com o maior número de mulheres possível, de modo a que o amigo acompanhe o seu estilo de vida. No extremo oposto, está Angus (Joshua McGuire), aquele que está na fase mais madura da vida, já casado, mas que inveja a vida descontraída do restante grupo. E, como nenhum grupo está completo sem uma rapariga que é quase um dos rapazes, existe ainda Evie (Antonia Thomas), por quem Dylan tem desde sempre uma paixoneta que não é assim tão secreta.

Cada episódio tem o nome de uma rapariga e conta-nos a história de como a sua relação com Dylan surgiu, evoluiu e terminou. Com vários saltos temporais, sem seguir sempre a mesma linha cronológica, leva-nos numa viagem pelo turbilhão de emoções que Dylan sente ao ver que todos à sua volta parecem conseguir encontrar a sua alma gémea, mas cada um dos seus relacionamentos parece acabar de forma pior do que a do anterior.

  • E a clamídia? Como Luke explica logo no primeiro episódio, a doença que serve de mote à jornada emocional de Dylan resolve-se facilmente com medicação. Mas confesso que esperava que este tema fosse mais trabalhado ao longo da série, até porque, grande parte do tempo, Dylan age como um adolescente irresponsável cuja última preocupação é proteger-se.
  • Não é nenhuma novidade: A série britânica está disponível na Netflix e estreou em 2014. Foi criada por Tom Edge, que, em 2019, nos deu o filme “Judy”, e o último episódio foi para o ar no início de 2018.

Começar do zero no meio do nada

Se, por um lado, há quem seja mais Carrie Bradshaw (personagem de “O Sexo e a Cidade”) e tenha nascido para viver a vida (quase sempre glamorosa) das grandes cidades e não a troque por nada, há também quem prefira os meios mais pequenos e afastados dos principais centros. Foi na esperança de começar do zero que Mel Monroe tentou escolher o segundo caminho. Recém chegada a Virgin River, largou a rotina de Los Angeles para ir trabalhar como enfermeira numa clínica da pequena cidade.

Nem tudo corre às mil maravilhas e o paraíso rural que Mel idealizou fica cada vez mais longe da realidade. Desde o momento em que chega, a enfermeira percebe que vai ter de ultrapassar muitos obstáculos para conseguir a vida que ali foi procurar. Para além de ser difícil lidar com as fofocas, que correm rápido numa cidade onde todos sabem da vida de todos e às quais vai ter de se habituar, enfrenta ainda um chefe que não está satisfeito com a presença de uma desconhecida, que foi contratada sem o seu consentimento. Mas os maiores desafios da enfermeira Monroe acabam por ser criados por ela própria e pelas batalhas internas que enfrenta.

A verdade é que ninguém dá uma volta de 180º e muda completamente de vida só porque sim, e pouco a pouco os “demónios” que assombram a personagem principal da série “Virgin River” vão sendo revelados. A perda de um filho, a morte do marido e os vários episódios depressivos com tendências suicidas que viveu são só algumas das coisas que levaram Mel ao ponto onde se encontra agora. Depois começar a fazer da pequena cidade o seu lar, e de conseguir que todos à sua volta se sintam confortáveis com a sua presença, as amizades vão começar a surgir, e há até espaço para um flirt com potencial para evoluir com Jack, o dono do bar mais conhecido da cidade.

No final do dia, “Virgin River” não traz grande surpresa nem ganha pela diferença. Em vez disso, a série, que é um original Netflix, conquista-nos pela simplicidade, oferece-nos um abraço de conforto e dá-nos a conhecer a história de uma pessoa que, em idade adulta, ainda está a tentar perceber qual é a coisa certa a fazer.

  • De volta ao top: A série, que já tinha sido um êxito quando estreou em dezembro de 2019, está agora na lista de conteúdos mais vistos da plataforma de streaming, depois da estreia da segunda temporada. Com um total de 20 episódios disponíveis, há já quem fale numa terceira temporada. 
  • Caras conhecidas: A personagem principal é interpretada por Alexandra Breckenridge, que podemos reconhecer pela aparição em “American Horror Story” e “This is Us”. Para além disso, o elenco conta ainda com nomes como Martin Henderson (“Anatomia de Grey”) e Tim Matheson (“Heart of Dixie”).
  • Dos livros para a Netflix: A história de Mel foi inicialmente escrita em páginas por Robyn Carr, autor da saga de livros homónimos, “Virgin River”.

Para variar, não é uma comédia romântica

Ao contrário de muitas das sugestões que te tenho dado nas últimas edições, hoje termino esta newsletter com uma série espanhola que traz os primórdios da religião para a atualidade. “30 Monedas” é, acima de tudo, diferente e, em simultâneo, uma lufada de ar fresco com um enredo pesado. Calma, passo a explicar: classificada como um misto de terror, thriller e mistério, conta-nos uma história que todos aqueles que são ligados ou que se interessam pela religião cristã.

O nome da série, que em português se traduz para 30 moedas, simboliza o preço pelo qual Judas traiu Jesus Cristo há milhares de anos, mas o enredo passa-se nos dias de hoje, numa aldeia espanhola isolada das grandes cidades, onde a população tem uma mentalidade muito fechada e “pequenina”, e confia, acima de tudo, na religião. Quando uma série de acontecimentos estranhos se desenrola, é ao padre Vergara, pároco da aldeia que chegou recentemente, que todos vão pedir auxílio.

Mas de que tipo de acontecimentos assim tão bizarros estou a falar? Boa pergunta! Sem querer desvendar muito sobre o enredo, posso contar-te que nos primeiros minutos do primeiro episódio assistimos a um parto de uma vaca num matadouro. Nada de estranho até aqui, se bem que a cena detalhada pode causar impressão aos mais sensíveis. A reação de choque chega quando desse parto sai um bebé humano (sim, daqueles com dois bracinhos, duas perninhas, um tronco e uma cabeça, completamente normal).

Há quem desconfie que foi algo planeado, uma espécie de brincadeira de mau gosto, mas há também quem ache que houve algum tipo de intervenção sobrenatural, que é como quem diz que se trata de uma obra do Diabo. Para procurar respostas, são várias as personagens que vão investigar tudo o que se passa na aldeia, enfrentando cenários macabros e forças paranormais.

Mas afinal o que é que o padre tem que ver com a situação no meio disto tudo? Ora bem, para além do historial de acontecimentos paranormais, o padre Vergara tem na sua posse uma daquelas 30 moedas de que te falei no início. Será que há uma ligação entre o que se passa na aldeia e a chegada do novo padre? Será que as 30 moedas estão presentes nos dias que correm e que, quando reunidas, podem atribuir um poder incalculável, como contam os registos bíblicos? Todas as dúvidas prometem ser esclarecidas nos 8 episódios da temporada.

Até agora só saiu um episódio na HBO Portugal, o próximo está agendado para dia 6 de dezembro, mas bastou pouco mais de uma hora para eu perceber que esta é uma série obrigatória para quem gosta de histórias sinistras, dominadas pelo mistério, pelo suspense e pelo terror bom (sim, digo bom porque não é só feita de jumpscares nem gritinhos de susto). De forma muito simples, “30 Monedas” é macabro, mas de uma forma quase masoquista que nos querer saber mais.

  • Uma série que precisa de pausas: Cheguei ao final do primeiro episódio e tirei a conclusão de que esta é uma série difícil de digerir. Para além de cruzar marcas temporais e espaciais, há várias coisas a acontecer na narrativa das quais eu sinto que vamos ter de nos lembrar mais à frente. Ainda não há muito para ver mas tudo indica que “30 Monedas” é uma daquelas séries que exige toda a tua atenção.
  • Para perceberes um bocadinho melhor: O realizador da série, Álex de la Iglesia, deu uma entrevista ao jornal espanhol El País onde nos explica alguns detalhes sobre a série produzida pela HBO e que estreou há poucos dias em Portugal. Ora espreita aqui.

Créditos Finais

  • Playlist para os pombinhos: Se tu e a tua alma gémea ainda não têm uma playlist personalizada para a vossa relação, o Spotify Duo vem tratar disso. Tudo o que precisas é aceder ao site e preencher todas as perguntas que são feitas, e o Spotify vai criar uma lista de músicas à medida das vossas preferências, com direito a capa personalizada e tudo. Se estiveres solteiro, podes sempre fazer uma playlist para enviares à crush.
  • Não há 3 sem 4: Desde 2017 que a Vanity Fair nos habituou à épica entrevista anual com Billie Eilish. Não sabes de que é que estou a falar? Há 4 anos que a cantora americana se senta em frente a uma câmara e responde exatamente às mesmas perguntas, reagindo àquilo que respondeu no ano anterior. A edição de 2020 já está disponível e as diferenças são visíveis. Espreita aqui.
  • As mais ouvidas do ano: Se és uma presença assídua nas redes sociais sabes que o final do ano significa a partilha dos habituais wrap-ups sobre as coisas de que mais gostaram, que mais ouviram ou leram. O Spotify começou a divulgar algumas destas estatísticas e já é possível saber quais foram as músicas e os artistas mais tocados

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