As primeiras imagens parecem saídas de um pacote promocional ligado a um filme de ficção científica. Numa paisagem onde o deserto se encontra com o mar, de onde é possível avistar montanhas, surge uma longa linha que espelha a imagem árida que a envolve. Entre as torres que se prolongam há uma cidade onde as pessoas e a natureza convivem.
Entre imagens do que aparenta ser uma Death Star, de Star Wars, repleta de jardins suspensos, existe um vontade real de concretizar um projeto que se tem dito ser ousado. Chama-se The Line, é uma eco-cidade futurista e a Arábia Saudita quer torná-la realidade.
A Linha, em tradução direta para português, tem 170 quilómetros, 500 metros de altura, 200 de largura e deverá acolher cinco milhões de habitantes, de acordo com os últimos dados fornecidos pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Está projetada para não ter carros ou emissões de carbono e para funcionar 100% a energias renováveis. Para os habitantes se deslocarem, existirá um comboio de alta velocidade que permite ir de uma ponta à outra da cidade em 20 minutos. Aqui, também a tecnologia desempenhará um papel fundamental com a inteligência artificial a assumir protagonismo no funcionamento deste ecossistema único. Ficará localizada no Golfo de Aqaba, junto ao Mar Vermelho.
No centro de tudo isto está a ambiciosa NEOM, uma mega cidade apresentada como o coração deste projeto já em 2017, quando as primeiras linhas de The Line foram apresentadas e altamente questionadas com propostas de filmes de sci-fi com táxis voadores e robots empregados.
Mas agora, cinco anos depois, Mohammed bin Salman mostrou que aquilo não eram apenas esboços. Deu-lhes cor vincou a ambição de fazer nascer esta cidade altamente sustentável e localizada não muito longe do canal do Suez, um dos pontos estratégicos mais importantes do comércio mundial.
No entanto, é importante sublinhar que a ideia tem sofrido alterações. Inicialmente, esta eco-cidade era para ser uma espécie de Sillicon Valley, capaz de albergar as empresas do futuro e impulsionar a economia saudita e transformar o país numa potência mundial. O objetivo parece manter-se, mudou apenas a forma e ambição do projeto.
Segundo as informações mais recentes, espera-de que 1,2 milhões de pessoas vivam em NEOM até 2030. Número que deverá subir para nove milhões em 2045. Com isto, a Arábia Saudita quer ter um trampolim para aumentar a sua população dos 34 milhões atuais para 5o milhões até 2030 e para 100 milhões até 2040.
"Esse é o principal objetivo da construção da NEOM, aumentar a capacidade da Arábia Saudita, receber mais cidadãos e mais pessoas na Arábia Saudita. E já que estamos a fazer isto do zero, por que devemos copiar cidades normais?", questionou Mohammed bin Salman.
O projeto é financiado com 491 milhões de euros do governo saudita e do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, um fundo soberano presidido pelo próprio bin Salman, a que somam fundos de investidores locais e internacionais.
Apesar dos atrasos do projeto apontem para que este só esteja finalizado em 2030, o princípe herdeiro insiste na data inicial: The Line e NEOM serão uma realidade em 2025.
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