Feito pela primeira vez em Portugal, este estudo vem mostrar que a "geração silver" — com mais de 55 anos — é independente, ajuda os familiares mais próximos e ainda consegue poupar.
No campo das poupanças, é referido que "metade dos consumidores seniores poupa mensalmente e a taxa de poupança aumenta ligeiramente com a idade".
"De facto, mais de metade (50,3%) das pessoas com mais de 70 anos conseguem poupar. A larga maioria (77,7%) dos inquiridos neste estudo poupa 30% dos seus rendimentos", pode ler-se.
Segundo o estudo, "além de conseguirem poupar, 41,7% das pessoas com mais de 55 anos são uma rede de apoio para os seus filhos". Nestes casos, "73,9% das ajudas são mensais e 30,8% dos beneficiários dependem delas".
Feitas as contas, "nove em cada 10 agregados familiares sénior podem assumir imprevistos até 300 euros", sendo que "sete em cada 10 têm mais do que uma fonte de rendimento mensal".
Por sua vez, "mais de metade (54,6%) seria mesmo capaz de suportar uma despesa de 10.000 euros sem ter de pedir ajuda, ainda que tivesse de recorrer às suas poupanças".
O estudo mostra ainda que esta geração se interessa mais por notícias, além de considerar que Portugal é um "ótimo país para viver a reforma".
"Apesar de recear que a sua qualidade de vida seja posta em causa com o aumento dos preços, nomeadamente da habitação, da energia e da alimentação, os portugueses com mais de 55 anos querem continuar a viajar", pode ainda ler-se.
Ao invés, "64,7% acredita que o atual sistema de pensões está em risco" e "quase 90% estão predispostos a modificar os seus hábitos de consumo, dando prioridade a escolhas mais sustentáveis".
Este estudo, desenvolvido em agosto de 2022, teve como base 1100 entrevistas a pessoas com 55 anos ou mais a viver no país, tendo contado com a ajuda da Google na definição do público-alvo.
De recordar que perto de 40% da população portuguesa tem mais de 55 anos, representando assim mais de 3,8 milhões de pessoas numa população de 10 milhões de habitantes.
"O envelhecimento da população, resultado do aumento contínuo da longevidade e da redução acelerada das taxas de natalidade, tornou-se um fenómeno global”, considera Antonio Huertas, presidente da Fundação MAPFRE.
"Os desequilíbrios que este fenómeno demográfico pode gerar nos sistemas de pensões, saúde e cuidados prolongados, bem como na disponibilidade de recursos laborais, favoreceram a generalização de uma visão negativa sobre aquele que é uma das grandes conquistas da humanidade: o aumento da esperança de vida", remata.
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