Adalberto da Costa Júnior disse esta segunda-feira, à CNN Portugal, que aguarda tranquilamente que a CNE se pronuncie oficialmente sobre os resultados definitivos das eleições de 24 de agosto. A Comissão Nacional Eleitoral esteve reunida durante a noite para avaliar os dados e anunciou à Televisão Pública de Angola (TPA) a aprovação da ata do apuramento nacional e que o resultado definitivo será divulgado durante uma sessão solene, pelo presidente da comissão, em data e hora a agendar.
"A CNE tem de assumir os resultados como eles são [...], tem de corrigir os mandatos e vamos aguardar que divulgue os mesmos oficialmente", afirmou Costa Júnior. "O que acontece é que a UNITA mobilizou-se no sentido de fiscalizar o processo e concluímos que houve erros. Aceitamos os resultados que são produzidos e não os que são divulgados", declarou esta manhã.
Para o candidato da UNITA, a verdade eleitoral tem que ser respeitada. "As atas síntese dão mandatos diferentes daqueles que a CNE divulgou. Se eventualmente a CNE desrespeitar as próprias atas sínteses produzidas por ela própria, e se se desautoriza, vamos, naturalmente, às instâncias judiciais que o país tem". Avisa Costa Júnior: "mesmo sabendo que estas instâncias estão esgotadas. Todo o processo foi conduzido com imensas irregularidades. O Ministério da Administração Territorial (MAT), a CNE, o Tribunal Constitucional, a PGR, não fizeram nada acerca das reclamações que fizemos".
Costa Júnior adiantou ainda que "o direito angolano está a esgotar-se", fazendo referência que irá até às últimas instâncias, mesmo as internacionais, caso seja preciso, "não vamos abrir mão para exigir o respeito escrupuloso das eleições angolanas", afirmou. "Temos noção que estamos num momento delicado, que estamos a lidar com um partido de Estado arrogante, que pensa que a liderança é permanente, vamos manter a calma, mas vamos levar às últimas instâncias".
"Temos de partir para uma ampla reforma das instituições. O nosso país é extremamente rico, não faz sentido nenhum a pobreza que se encontra a sua população", disse o candidato do maior partido da oposição angolana.
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