Num balanço feito à agência Lusa, Luis Dupont, do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, disse que a nível nacional o balanço ronda os 85%, com os profissionais a garantirem os serviços mínimos.
"Estamos a garantir tudo o que é urgência, até porque garantimos tudo o que é doença oncológica, desde exames para doentes em tratamento como os que são necessários para as cirurgias oncológicas", afirmou o responsável.
Segundo os dados recolhidos pelo sindicato, o hospital de Santo António (Porto) está com uma adesão de 85%, Bragança e Macedo de Cavaleiros rondam os 100%, o Centro Hospitalar de São João (Porto) chega aos 80% e o Centro Hospitalar do Oeste aos 85%.
"Sempre fomos afirmando que o sindicato pondera todas as ações possíveis (...). Nesta luta vamos incluir as ações jurídicas que forem necessárias, porque existe mais do que um problema", afirmou Luis Dupont, apontando o descongelamento da carreira deste grupo profissional e a revisão das carreiras, que o sindicato considera "uma injustiça brutal".
Os técnicos de diagnóstico estão em greve hoje e em dia 19 de julho, na sequência da rejeição parlamentar de propostas que poriam fim “às desigualdades na carreira” dos profissionais.
A comissão parlamentar de Saúde esteve na quarta-feira a votar as propostas de alteração a um diploma de 2009 que estabelece o número de posições remuneratórias das categorias da carreira de especial de técnico superior das áreas de diagnóstico e terapeuta e define as regras de transição.
Para o sindicato, o PSD impossibilitou a alteração legislativa que “poderia cessar com as desigualdades e injustiças na carreira” destes profissionais de saúde.
“O PSD apresentou um projeto de resolução em que requer um estudo ao Governo sobre o impacto orçamental das alterações que propõe, não sendo possível assim antes das eleições e de existir um novo parlamento fazer nada, caindo as propostas de alterações dos outros partidos, BE e PCP, que tiveram o voto contra do PS e abstenção do PSD e CDS/PP. Isto é inaceitável, o PSD cedeu à pressão do Governo, que condicionou o maior partido da oposição refere um comunicado do sindicato.
Os profissionais alegam que são “discriminados pelo Estado quando comparados a todos os outros trabalhadores da Administração Pública com o mesmo grau de exigência habilitacional e profissional e, em especial, a outros profissionais de saúde”.
O sindicato recorda que a problemática da revisão da sua carreira “nada tem a ver com a das restantes carreiras da função pública, uma vez que esta carreira não teve qualquer processo efetivo de revisão em 20 anos”.
A nova estrutura de carreira coloca 97% dos profissionais na categoria de base, apagando todos os anos de serviço, além de 75% ficarem na primeira posição remuneratória, quer tenham um ou 20 anos de serviço.
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