Os tripulantes de cabine decidiram hoje aceitar a proposta da TAP e desconvocar a greve marcada para o período entre 25 e 31 de janeiro, disse à Lusa fonte oficial do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
A proposta apresentada pela TAP foi aprovada com 654 votos a favor, 301 votos contra e 20 abstenções.
“A TAP congratula-se com a decisão de cancelamento da greve de Tripulantes de Cabine, hoje tomada em assembleia-geral do SNPVAC, que vai permitir que a companhia cumpra todas as expectativas criadas aos passageiros que confiaram na TAP para realizar as suas viagens”, disse a TAP, em reação à decisão dos profissionais.
Segundo a transportadora aérea, “esta decisão conduz a uma nova etapa na vida da TAP, reabrindo a negociação do novo Acordo de Empresa, juntando agora todos os sindicatos representativos dos trabalhadores da TAP, na busca de um equilíbrio que permita cumprir os termos do Plano de Restruturação”.
Por outro lado, “assegurados ficam também os interesses de todos os envolvidos, na prossecução do caminho que nos conduzirá à necessária estabilidade, sustentabilidade e crescimento da empresa”, garantiu.
“A Comissão Executiva da TAP empenhou-se totalmente nas negociações com o SNPVAC, de forma que este desfecho fosse possível, e vai manter esta abertura e diálogo com todas as estruturas representantes dos trabalhadores”, destacou a companhia.
Assim, a operação da transportadora aérea “mantém-se sem qualquer alteração e todos os compromissos assumidos” com os clientes “serão respeitados, numa demonstração inequívoca de que todos os seus profissionais estão fortemente empenhados na defesa e desenvolvimento da TAP”.
Na quinta-feira, os tripulantes, reunidos em assembleia-geral, tinham rejeitado, pela segunda vez, uma proposta da TAP, que ia ao encontro de 12 das 14 reivindicações do SNPVAC, na tentativa de evitar uma nova greve.
Em declarações aos jornalistas, após cerca de quatro horas de assembleia-geral, o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarroias, admitiu que "houve cedências de ambas as partes" e que os pontos que ficaram por aceder na proposta da TAP hoje aceite pelos tripulantes não estão descartados.
"É nas negociações do acordo de empresa que temos de nos bater", disse o dirigente sindical, referindo-se à exigência do regresso do chefe de cabine aos voos de longo curso, bem como ao fim da "precariedade no grupo TAP".
Caso a proposta fosse novamente rejeitada, a TAP seria palco da segunda greve desde dezembro, desta vez de sete dias, o que, segundo a empresa, levaria ao cancelamento de 1.316 voos e a um impacto direto de 48 milhões de euros nas contas.
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