"A proibição de hoje dá um claro sinal: extremismo de direita e o antissemitismo não têm lugar na sociedade", disse o Ministro do Interior, Horst Seehofer, num comunicado.

Esta célula estava a ser vigiada há algum tempo pela polícia e hoje decorreram rusgas em seis estados diferentes da Alemanha. Mais de 200 agentes foram hoje mobilizados para operações de busca em locais frequentados por membros da organização em Mecklemburgo-Pomerânia (nordeste), Brandeburgo (leste), Hesse (centro), Turíngia (centro), Renânia do Norte-Vestefália (oeste) e Renânia-Palatinado (sudoeste).

A ação resultou no arresto de telemóveis, computadores, armas, memorabilia nazi e material de propaganda.

Hoje, avalia-se que o grupo conte com apenas perto de 20 membros, mas, ainda que poucos, os integrantes do grupo são encarados pelas autoridades como tendo predisposição para ações violentas.

O assassínio de nove imigrantes e uma polícia entre 2000 e 2009 pelo grupo Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU), o “repugnante homicídio” do autarca Walter Lübcke em 2019 e o ataque antissemita em Halle no mesmo ano mostraram, “da forma mais brutal”, que a extrema-direita e o antissemitismo “são uma ameaça considerável” à sociedade liberal, disse o ministro.

O Combat 18 Deutschland é acusado de “disseminar extremismo de direita e ódio antissemita” na sociedade alemã, através da organização de concertos de bandas de discurso extremista, segundo o Ministério.

O grupo é um ramo do grupo britânico Combat 18, uma ala do British National Party (BNP) fundada em 1992, em que o número 18 representa a primeira e a oitava letras do alfabeto, A e H, iniciais do líder nazi Adolf Hitler.

O ramo alemão “conquistou grande respeito nos meios de extrema-direita” da Alemanha e é visto como um símbolo do extremismo violento, disse o ministro.

Este é o 18.º grupo de extrema-direita proibido pelo Ministério do Interior alemão.

O último foi o chamado Weisse Wölfe Terrorcrew (Grupo Terrorista dos lobos Brancos), em 2016.