"São medidas desgarradas. Eu disse, num determinado contexto, aqui há um mês, que temia que até ao Orçamento [do Estado] fossemos assistir ao leilão das medidas para o interior, talvez porque o Movimento pelo Interior tenha espicaçado e ajudado a despertar o país e sinto, por isso, um grande orgulho nisso", disse hoje à agência Lusa o líder dos ASD que também é presidente da Câmara Municipal da Guarda e fundador do Movimento Pelo Interior.
O Governo apresentou hoje várias medidas para o interior do país, que foram aprovadas em Conselho de Ministros Extraordinário, que decorreu na Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra.
"Eu não gostaria que o país entrasse no leilão. É o que estamos a assistir. Mas, se o leilão for bom, no final quando chegarmos a 15 de outubro e vermos o que é que está no Orçamento do Estado, quando chegarmos ao final do ano e vermos o comportamento político de todos os partidos políticos e também do Governo. Se do leilão resultarem medidas articuladas, não é medidas avulso", disse Álvaro Amaro.
Nas medidas do Programa de Valorização do Interior, está previsto um regime complementar de redução de taxas de portagem para os veículos afetos ao transporte de mercadorias em estradas do anterior, com um acréscimo de desconto para as empresas situadas nesses territórios.
Questionado pelos jornalistas sobre qual a redução que vai ser efetuada, o ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira - que apresentou as medidas -, afirmou que será o ministro do Planeamento e Infraestruturas a dar essas informações, na segunda-feira.
De acordo com o ministro Adjunto, a redução contempla veículos de transportes de mercadorias da classe 1 até à classe 4.
Segundo Pedro Siza Vieira, estas medidas permitirão reduzir os custos de contexto das empresas situadas no interior, através de uma discriminação positiva quer a nível fiscal quer a nível dos custos de transporte.
Referindo-se em concreto ao anúncio da redução de taxas de portagem para os veículos afetos ao transporte de mercadorias em estradas do interior, o presidente dos ASD questionou: "Descontamos para os pesados, mas mantemos os ligeiros. Então isso tem algum sentido? Eu, por mim, agradeço, por um lado, em nome da logística e dos transportes de mercadorias, sinceramente. É uma mão, falta a outra".
"Se é só dar com uma mão, é importante, claro que é importante beneficiar um segmento da economia privada, que é muito importante, e para a Guarda também é e naturalmente para o interior", disse Álvaro Amaro.
O presidente dos ASD sublinha que a concretizar-se a medida, "é deixar de lado uma outra componente importante", que é a do turismo.
"A menos que, não creio, que agora passamos a dizer aos turistas que tenham que vir todos em camiões", rematou.
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