Matos Fernandes, que hoje foi ouvido na Comissão Parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação contrariou assim a declaração da ex-presidente do Conselho de Administração da Transtejo Marina Ferreira, também ouvida pelos deputados há sete dias.
Na audição parlamentar de 13 de setembro sobre a aquisição de navios elétricos e de baterias pela Transtejo (requerimentos do PCP, PSD, PS, BE e IL), Marina Ferreira disse que a renovação da frota podia ter sido mais célere se o Governo tivesse aceitado em 2019 a proposta de avançar para a compra de navios elétricos.
Segundo Marina Ferreira, a tutela decidiu em 2019 que o concurso deveria ser aberto apenas para navios movidos a gás natural liquefeito (GNL), embora a Transtejo tenha apresentado proposta de estes serem 100% elétricos.
Desde maio 2018, explicou, foi desenvolvido pela empresa muito trabalho para apoiar uma decisão 100% elétrica, o que não avançou devido à orientação estratégica da tutela para limitar o procedimento a navios a GNL.
Hoje, o ex-ministro disse “não ter qualquer memória de ter conversado sobre com quem quer que fosse” para o uso da tecnologia elétrica no inicio do processo, mas sim mais tarde, e de ter ouvido agora essa versão pela primeira vez.
“Lembro-me bem dois anos depois ou ano e meio depois de borregar o concurso a gás e de ter sido eu com a minha ação a dar confiança a todos para apostar na tecnologia elétrica. O Governo não era só eu, terá a drª. Marina tido essa conversa com o secretário de Estado? Não faço ideia”, disse.
A Transtejo é responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro, também no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa.
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