Em nota de imprensa, a APE referiu que a obra “O firmamento é negro e não azul – A vida de Luiz Pacheco” venceu, por unanimidade, o Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga APE/Câmara Municipal de Coimbra.

O júri sublinhou “a notável capacidade criativa da escrita” de António Cândido Franco e também a “documentadíssima reconstrução do contexto político, social e cultural, sobretudo do meio literário” durante o tempo de vida de Luiz Pacheco (1925-2008).

António Cândido Franco, que receberá o prémio a 04 de julho em Coimbra, publicou esta biografia de Luiz Pacheco em 2023 na Quetzal, a mesma editora onde já tinha saído biografias suas sobre o artista Mário Cesariny e sobre o filósofo Agostinho da Silva.

Em entrevista à agência Lusa em 2023, António Cândido Franco afirmou que com esta biografia, agora premiada, pretendia tirar o escritor da marginalidade e trazer-lhe o “devido reconhecimento académico”, para lá da fama de maldito e libertino.

“Num certo sentido, aponta para aí, para trazer para o cânone da literatura portuguesa o trabalho de Luiz Pacheco, como, por exemplo, autor de um diário de uma importância única”, disse o investigador e professor universitário.

António Cândido Franco recordou que viu Luiz Pacheco pela primeira vez na adolescência e esse impacto marcou todo o seu percurso literário, culminando nesta biografia, orientada para perceber a “dimensão absolutamente literária” do trabalho do autor e da importância que a sua obra tem para a literatura portuguesa.

O título escolhido para o livro é uma frase retirada de uma carta de Mário Cesariny, referente a Luiz Pacheco: “É uma visão do mundo próprio de Luiz Pacheco, um mundo que é negro, não é azul”.

A esta quarta edição do Grande Prémio de Literatura Biográfica, que tem um valor monetário de 12.500 euros, candidataram-se 29 obras, publicadas em 2023.

O júri integrou José Manuel Mendes, Ana Margarida de Carvalho, António Pedro Pita e Cândido Oliveira Martins.