"As pessoas estão fechadas em casa há mais de um mês e o nosso desporto é praticado precisamente a partir de casa, pelo que este tipo de atividade pode contribuir para minimizar o problema do isolamento", diz o dirigente em entrevista à agência Lusa, explicando que por todo o país mais de dois milhões de pombos continuam a fazer os seus voos diários.
"Nesta altura, devido ao estado de emergência, só são permitidos treinos à volta do pombal, em que soltamos os pombos para voar 40 a 50 quilómetros. Todos os nossos sócios estão a treinar os seus pombos de manhã e à tarde, o que torna o isolamento menos doloroso", conta José Jacinto, que acrescenta ainda que há muitas famílias a aproveitarem estes momentos para conviverem.
Apesar dos animais, e dos columbófilos, se manterem ativos, todas as competições foram adiadas. O presidente da FPC considera que foi a decisão mais "sensata", dado o evoluir da situação pandémica de covid-19, mas realça que a columbofilia é um desporto pouco exposto ao risco de contágio e que, por isso, alimenta a esperança de rapidamente voltar à normalidade.
"Os pombais são em casa de cada columbófilo, que cinco a seis vezes por semana faz o treino em sua casa, de forma individual. Depois, um dia por semana, leva os animais até ao clube, onde são encestados, transportados e largados para regressarem a voar para casa. Por aqui vê-se que não é um desporto que provoque grandes aglomerações de pessoas", considera o presidente da FPC.
Para o responsável federativo, o "único risco que existe é aquando do período do encestamento", que alega que facilmente poderia ser evitado com a introdução de escalas e horários entre os praticantes da modalidade.
José Jacinto revela que os cerca de 10 mil sócios da FPC aguardam ansiosamente pelo levantamento das medidas de confinamento, e consequente regresso das competições, que, segundo o presidente dos columbófilos, está a ser preparado para meados de maio.
"Estamos a apontar o retomar as competições para a primeira quinzena de maio, depois de terminado o estado de emergência. Nessa altura, se as condições sanitárias e a lei o permitirem, queremos reiniciar a nossa atividade", confirma.
O dirigente realça que tal só acontecerá se as medidas de restrição ao convívio social hoje instituídas forem alteradas e avisa que, se tal não acontecer, pode mesmo estar em causa o cancelamento de provas.
"Também temos de nos preocupar com o bem estar dos animais e sabemos que chegando ao mês de julho, com o calor, não será possível competir. Entre meados de maio e finais de junho é o período em que poderemos retomar a nossa atividade", confirma.
Para já, os animais continuam a voar diariamente e José Jacinto frisa que a principal preocupação é que as aves não percam massa muscular.
Aos columbófilos resta esperar e, enquanto o fazem, podem participar num passatempo promovido pela FPC, o #pigeonscovidchallenge, que desafia os fãs da modalidade a mostrarem, através de vídeos e fotos, como estão a viver este período de isolamento.
(Por: Bruno Miguel Dias da agência Lusa)
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