Na quinta-feira, Tzachi Braverman, um dos conselheiros mais próximos de Netanyahu, foi interrogado pela unidade de crimes graves da polícia israelita durante mais de cinco horas, de acordo com os meios de comunicação israelitas, avança a BBC.
Em causa estão dois telefonemas que Netanyahu recebeu enquanto o ataque do Hamas na fronteira acontecia a 7 de outubro de 2023.
Segundo a acusação, Braverman é suspeito de ter alterado o horário documentado - das 06h40 para das 06h29 - em que Netanyahu recebeu, pela primeira vez, uma atualização do ataque pelo seu secretário militar na época, o major-general Avi Gil.
"Sei que a primeira chamada foi recebida às 06h29, por isso insisti em alterá-la", terá dito o chefe de gabinete no interrogatório.
Embora Gil tenha telefonado para Netanyahu às 06h29, quando o ataque do Hamas começou, Netanyahu não deu nenhuma instrução e pediu-lhe para ligar novamente dez minutos depois, às 06h40, de acordo com uma reportagem do jornal Haaretz.
Foi durante o segundo telefonema - o qual Braverman alegadamente alterou a hora para parecer o primeiro - que Netanyahu ordenou que Gil realizasse uma avaliação à invasão do Hamas, informou o Haaretz.
De acordo com a acusação, Braverman terá alterado o horário para dar a impressão de que o primeiro-ministro israelita agiu com mais urgência e decisão. No entanto, o chefe de gabinete nega as acusações.
O ataque de 7 de outubro é considerado o maior fracasso militar da história de Israel, tendo alguns altos oficiais militares renunciado aos cargos por esse motivo.
Netanyahu negou qualquer falha pessoal, ainda que alguns críticos responsabilizem o primeiro-ministro pelo fracasso em impedir o ataque mais mortal do país desde a fundação do Estado de Israel, em 1948.
Atualmente, há várias investigações em curso sobre possíveis falhas militares.
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