A exigência da Rússia foi expressada após o movimento Jiahd Islâmica ter divulgado imagens que mostram que um dos russos está vivo.

“Repetimos o nosso apelo no sentido da libertação imediata e incondicional de todos os civis que se encontram ‘nas mãos’ de grupos palestinianos. Em especial dos nossos compatriotas Alexander Troufanov e Maxin Herkin”, disse hoje a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakarova.

A porta-voz recordou que “atualmente, mais de uma centena de pessoas continuam em cativeiro” acrescentando que a “detenção prolongada e forçada de pessoas inocentes não tem justificação”.

Zakarova defendeu ainda os métodos políticos e diplomáticos como os “mais eficazes” para resolver o problema dos reféns dando como exemplo a trégua para a libertação de pessoas sequestradas em troca de prisioneiros palestinianos, entre Israel e o Hamas, que ocorreu em novembro do ano passado.

“A libertação dos reféns é uma das prioridades nos contactos com representantes do braço armado do Hamas e outras organizações palestinianas”, disse ainda Zakarova numa declaração divulgada através das redes sociais.

A posição da diplomacia russa ocorre após a Jhiad Islâmica ter difundido na quarta-feira uma “prova de vida” de Troufanov que aparece num filme em que pede esforços para a libertação dos reféns.

Troufanov diz ainda que as operações militares israelitas “são um perigo” para as pessoas sequestradas.

Tratou-se do terceiro filme difundido pelos movimentos radicais islâmicos do cidadão russo Alexander Troufanov, sequestrado a 07 de outubro de 2023 pelo Hamas no kibbutz (comunidade agrícola israelita de inspiração socialista) Nir Oz juntamente com três familiares: a avó, a mãe e a namorada.

A avó e a mãe foram libertadas a pedido do presidente russo Vladimir Putin e a namorada um dia depois no quadro da trégua de novembro de 2023.

O Hamas declarou recentemente que está preparado para facilitar a libertação dos cidadãos russos sequestrados em Gaza no contexto de um eventual acordo com Israel sobre um cessar fogo no enclave palestiniano.

Um alto dirigente do Hamas disse em outubro que Trufanov é cativo do grupo Jhiad Islâmica e que Maxin Herkin tinha cidadania ucraniana.

No último ano a família de Herkin foi viver para a Rússia tendo obtido a cidadania russa para o refém.

“É um soldado do Exército israelita”, disse Musa Marzuk, dirigente do Hamas sobre o mesmo refém.

A ofensiva militar de Israel contra Gaza foi lançada após os ataques de 7 de outubro de 2023.

O ataque do Hamas fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, de acordo com as autoridades israelitas.

A resposta de grande escala das forças israelitas contra o enclave fez, até ao momento, 43.700 mortos, segundo as autoridades de Gaza controladas pelo Hamas.