"Querer tratá-las como organização especial dentro dos estatutos do partido era criar um estigma de uma espécie de ‘capitis deminutio’, reconhecendo, institucionalmente, uma capacidade diminuída às mulheres, o que, obviamente, se deverá evitar", lê-se no comunicado enviado às redações pelo movimento MSD - Mulheres Social Democratas do Porto.
O documento adianta que "esta organização especial que se pretende criar poderia até ser entendida como sectária e de despromoção do direito de igualdade de tratamento".
A participação destas mulheres social-democratas, tal como a de qualquer militante, "deve ser considerada tendo em conta o empenho, o mérito e a competência, dissociada de quaisquer questões de género ou outras que poderão surgir se se começar a abrir espaço para diversas subestruturas", defendem ainda
Sendo o "partido plural e igualitário, o PSD não trata de forma diversa a pessoa, conforme o seu género, antes pelo contrário, promove a igualdade de género, elegendo para os seus órgãos as pessoas mais competentes, capazes e empenhadas, sem peias de género ou raça", afirma o movimento no documento.
Na moção apresentada na Assembleia Distrital de segunda-feira por Paula Ferreira, coordenadora do Movimento das Mulheres Social Democratas de Lousada, e subscrita por várias coordenadoras concelhias, as sociais-democratas defendem igualmente que "a compartimentação criada por mais uma nova estrutura apenas servirá para uma maior desagregação".
Consideram, também, que a sua criação vai levar "à construção de leituras fracionárias sobre a realidade e a uma intervenção desarticulada e parcelar, num momento em que se torna cada vez mais essencial que o todo seja mais que a soma das suas partes".
As MSD - Mulheres Social Democratas do Porto, que se constituíram como movimento informal há vários anos, defendem que este “não deve ser transformado em estrutura autónoma, devendo manter-se como movimento informal".
A Assembleia Distrital do Porto reuniu na segunda-feira tendo na ordem de trabalhos a "Apreciação das propostas de alteração aos Estatutos, resultantes do grupo de trabalho constituído no âmbito do 37.º Congresso Nacional".
Entre as subscritoras da moção está a coordenadora do Movimento das MSD do Distrito do Porto, Trindade Vale.
A moção foi aprovada por maioria, com um voto contra e duas abstenções, numa sala com cerca de 250 delegados.
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