A seguir, cinco maneiras como Elon Musk exerce a sua enorme influência para ajudar o republicano a vencer a democrata Kamala Harris:
Potência financeira
Musk criou um comité de ação política, um Super PAC, em julho, com o objetivo de apoiar a campanha de Trump e o movimento "Make America Great Again" (MAGA).
Esse Super PAC, que arrecada contribuições para atividades relacionadas com as eleições, recebeu cerca de 75 milhões de dólares de Musk nos últimos três meses.
A Forbes estima o património líquido de Musk em 264 mil milhões de dólares.
O "America PAC" tornou-se uma das maiores organizações pró-Trump, focando-se na participação de eleitores republicanos em sete estados decisivos.
A organização lançou iniciativas polémicas, como oferecer incentivos financeiros para eleitores que incentivem outros a apoiarem uma petição em defesa da Primeira e Segunda Emendas da Constituição dos EUA, que protegem a liberdade de expressão e o direito ao porte de armas.
Também foi lançada uma lotaria diária de um milhão de dólares para pessoas que se registem para votar nos estados decisivos.
Serão essas ações legais? Ao passo que alguns especialistas defendem que as mesmas violam a lei eleitoral americana, que proíbe o pagamento por registo de eleitores, outros defendem a sua legalidade.
O promotor-chefe da Filadélfia processou o bilionário nesta semana, alegando que este criou um "esquema de lotaria ilegal".
Embora um juiz tenha ordenado que Musk compareça no tribunal, os seus advogados apresentaram uma moção para anular a ação, que foi transferida para a justiça federal para análise.
Sob os holofotes
Diferentemente da maioria dos bilionários, que permanecem nos bastidores, Musk tornou-se a celebridade mais destacada a apoiar Trump, com frequentes aparições na campanha do republicano.
A sua primeira aparição com Trump foi a 5 de outubro, em Butler (Pensilvânia), no mesmo local onde o republicano sofreu uma tentativa de assassinato em julho.
Durante o comício, Musk fez um discurso apaixonado, advertindo que "estas serão as últimas eleições" se Trump não vencer, afirmando que os democratas tomarão o controlo do país.
Musk também participou no último domingo num evento no Madison Square Garden, em Nova Iorque, e organizou sozinho debates com eleitores, incluindo uma sessão de perguntas e respostas na Pensilvânia que atraiu grandes multidões.
No dia da eleição, 5 de novembro, este planeia realizar outro evento deste tipo.
Cortes
Trump prometeu nomear o bilionário como diretor de um novo "departamento de eficiência governamental", ou DOGE na sigla em inglês, que partilha o nome da criptomoeda ligada a Musk.
Essa nomeação levantaria importantes conflitos de interesse, dado o papel essencial da SpaceX nas missões da NASA e a dependência da Tesla dos reguladores governamentais, especialmente para a tecnologia de veículos autónomos.
Além disso, o sistema Starlink da SpaceX desempenha um papel fundamental no suporte a comunicações em áreas de guerra e desastres em todo o mundo.
Segundo o New York Times, a SpaceX e Tesla, de Musk, receberam pelos menos 15 mil milhões de dólares em contratos governamentais na última década.
No evento em Nova Iorque, Musk propôs reduzir os gastos públicos anuais em dois trilhões de dólares, sugerindo mudanças drásticas nos serviços públicos, como a redução das pensões e da assistência médica para reformados.
O ex-secretário do Tesouro, Larry Summers, lembrou a Musk que os governos não são administrados como empresas. "Respeitosamente, acho que é uma estupidez", disse à Fox News.
X ao seu serviço?
Desde que adquiriu o Twitter e o renomeou como X há dois anos, Musk transformou a rede social.
Estudos recentes indicam maior visibilidade de conteúdos de direita, enquanto publicações democratas e de esquerda viram a sua participação reduzida.
Uma análise do Washington Post revelou que as contas republicanas publicam com mais frequência e ganham mais seguidores sob a gestão de Musk.
Funcionários da Casa Branca expressaram preocupação, pois as visualizações das suas publicações caíram de 200 mil para 100 mil.
Embora isso possa ser atribuído à saída de utilizadores após a aquisição de Musk, ajustes no algoritmo também podem ter influência.
Uma investigação do Wall Street Journal descobriu que, mesmo as contas que seguem apenas temas não políticos, recebem principalmente conteúdos conservadores e relacionados às eleições, contrariando as garantias do X aos anunciantes sobre a exposição a conteúdos não políticos.
Alto-falante da desinformação
Musk usou a sua conta, com mais de 200 milhões de seguidores, para promover a plataforma de Trump, especialmente em temas como imigração e questões de género.
Ele também divulgou teorias conspiradoras desacreditadas sobre manipulação de máquinas de votação, argumentos que a campanha de Trump poderá usar caso seja derrotado.
Uma análise do New York Times das publicações de Musk no X durante cinco dias do mês passado revelou que quase um terço dos seus 171 posts continham informações falsas ou careciam de contexto.
Musk difundiu teorias conspiradoras, como afirmações de que os democratas "trazem" imigrantes para votar e histórias falsas sobre imigrantes do Haiti.
Segundo o Center for Countering Digital Hate, as alegações eleitorais falsas ou enganosas de Musk no X acumularam quase 1,2 mil milhões de visualizações em apenas alguns meses.
Comentários