O casal foi encontrado na manhã de terça-feira por residentes da comunidade de Mandela, a quase 50 quilómetros da sede de Muidumbe, onde um pescador foi encontrado morto, na semana passada, num alegado ataque de grupos terroristas.

“Encontramos os velhos na mesma área onde foi morto o nosso irmão pescador”, disse uma fonte a partir de Namande.

“Percebemos que tinham ido ao rio Messalo onde têm machamba [campo agrícola] de arroz e por aquilo que aconteceu com o pescador, suspeitamos e arriscamos. Dito feito encontramos os dois mortos com cabeças separadas”, relatou outro residente de Mandela.

A descoberta dos corpos dos idosos reforçou a ideia generalizada de que as comunidades de Mandela e Mapate deixaram de ser zonas consideradas seguras.

“Todo mundo está a abandonar Mandela e Mapate, está vazio, não queremos voltar a viver o terror do passado”, lamentou um residente.

A fonte fez saber ainda que o corpo do pescador encontrado igualmente nas margens do rio Messalo continua sem ser sepultado face ao receio de grupos insurgentes que continuam a circular na área.

“Estávamos à espera dos militares para nos acompanharem, mas a circulação dos rebeldes nos dá medo”, disse o residente.

A província moçambicana de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio na sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários morto e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.