Juntando-se às críticas realizadas na terça-feira pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, a APHORT chama a atenção, em comunicado, para a situação dos profissionais de restauração que continuam, em certos casos, a ser alvo de exposição involuntária ao fumo e a ser tratados como “cidadãos de segunda”.
Perante o facto da nova lei do tabaco manter a permissão de fumar em locais de trabalho, “pondo em risco a saúde dos trabalhadores da hotelaria e restauração”, a APHORT defende “a necessidade urgente de haver vontade e coragem por parte do Governo para implementar uma política antitabágica de estabelecimentos 100% sem fumo”.
A associação refere que, “ao contrário de outras associações do setor”, tem vindo a defender esta posição há “vários anos”, afirmando não compreender “a passividade até agora demonstrada pelos sucessivos governos face ao caso dos profissionais que trabalham na indústria da hotelaria e restauração”.
“Estes profissionais continuam, em muitas situações, a ser alvo de exposição prolongada ao fumo de forma involuntária, pelo que é urgente assegurar o direito que estes têm de ver a sua saúde preservada”, defende no comunicado o presidente da APHORT, Rodrigo Pinto Barros.
A associação sublinha ainda “a incoerência do atual Governo”, relembrando as declarações proferidas pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, na Conferência Europeia do Tabaco e Saúde que decorreu em março do ano passado no Porto.
Neste evento – lembra - o ministro apontou o tabaco como “um dos maiores flagelos que atingiu a saúde pública desde o início do século passado", afirmando que cerca de 30 pessoas morrem por dia em Portugal devido ao consumo desta substância.
Para a APHORT, “é altura de o Governo passar das palavras aos atos e implementar, de forma clara e inequívoca, uma política antitabágica que, à semelhança do que se passa no resto da Europa, é aplicada a todos os estabelecimentos comerciais”.
O consumo de álcool e tabaco em locais ao ar livre, como campos de férias, é proibido desde segunda-feira, com a entrada em vigor de uma lei apelidada de “tímida” e que alarga o conceito de fumar.
A nova lei foi aprovada no parlamento em junho e decorre de uma proposta do governo que os deputados modificaram.
Com a entrada em vigor no primeiro dia do ano, passa a ser proibido fumar em locais para menores, ainda que ao ar livre, como campos de férias e parques infantis.
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