“Temos sócios que estão a ser aliciados por particulares na compra de azeitona a valores muito altos. Acaba por ser uma novidade no mercado regional”, referiu Francisco Vilela, dirigente da Cooperativa Agrícola de Olivicultores de Murça.
Em Trás-os-Montes, a segunda maior zona de produção de azeitona do país, o mais usual é a venda de azeite e não a comercialização direta da azeitona.
No entanto, segundo o responsável, devido às quebras na produção de azeitona e à escassez de azeite em outros países produtores europeus, como Espanha, tem-se verificado um aumento da procura de azeitona.
Francisco Vilela disse que são intermediários portugueses ou estrangeiros que estão a ser oferecer valores aliciantes para os produtores, a rondar os 60 cêntimos o quilo, verbas consideradas acima da média.
No entanto, frisou, esta situação pode “condicionar a vida das próprias cooperativas”.
“Acaba por ser azeite que vai para outros países e, no fundo, na minha opinião estamos a perder riqueza interna porque não estamos a valorizar o nosso produto. A azeitona sai daqui a granel e não colocamos nós as nossas marcas no mercado internacional”, salientou.
O responsável considerou ainda que, com esta venda direta, “não há mais-valia para o azeite de Trás-os-Montes”.
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