No desastre morreram 298 pessoas, incluindo 38 residentes e cidadãos australianos.
“Austrália mantém firme o compromisso em busca da verdade, da justiça e em pedir contas aos responsáveis por este horrível ato de violência”, disseram a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong, e o procurador-geral do país, Mark Dreyfuss, num comunicado.
Em novembro de 2022, um tribunal de Haia condenou a prisão perpétua à revelia os russos Igor Girkin e Sergei Dubinskiy e o separatista ucraniano Leonid Kharchenko por implicação no derrube do voo MH17, que ligava Kuala Lumpur a Amesterdão, bem como na morte das 298 pessoas a bordo.
“O tribunal estabeleceu de forma inequívoca e conclusiva a responsabilidade da Rússia” no desastre, assinalou o comunicado.
Desde esta condenação, o Governo australiano impôs sanções contra os três russos e contra Sergei Muchkaev, que comandava a brigada russa que disparou o míssil terra-ar que derrubou o voo MH17, acrescentou.
No ano passado, uma equipa internacional de peritos concluiu, depois de uma investigação da tragédia, que o Presidente de Rússia, Vladimir Putin, autorizou pessoalmente a entrega de sistemas de defesa aérea aos separatistas ucranianos, incluindo o sistema de mísseis Buk que derrubou o MH17, embora a sua imunidade impeça que seja julgado.
No décimo aniversário da tragédia, a Austrália, que juntamente com os Países Baixos procura que a Rússia responda pelo derrube no Conselho da Organização Internacional de Aviação Civil, pediu a Moscovo que “assuma a responsabilidade pelo papel que desempenhou e coopere para garantir que estes autores cumprem as condenações”.
Por outro lado, o Governo australiano realizou uma cerimónia no Parlamento de Camberra para homenagear as vítimas do MH17 e o pessoal que respondeu à tragédia, com a participação de responsáveis e centenas de familiares das vítimas mortais.
“Os compatriotas australianos lembram e honram os preciosos seres que perderam há 10 anos. Esses homens, mulheres e crianças são parte de vós”, afirmou, na cerimónia, a governadora geral de Austrália, Sam Mostyn, que representa o chefe de Estado do país, o rei Carlos de Inglaterra.
“Foi una tragédia, mas também uma atrocidade”, afirmou o antigo primeiro-ministro australiano Tony Abbott, que governava o país na altura do acidente, acrescentando que Putin deve aos familiares das vítimas “uma desculpa e uma indemnização”.
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