“O anúncio da Rússia de que suspendeu a sua participação no New START é muito dececionante e irresponsável”, afirmou aos jornalistas na Embaixada dos EUA em Atenas, na Grécia.
Contudo, o secretário de Estado norte-americano referiu “continuar pronto” para discutir com a Rússia a qualquer momento a limitação de armas estratégicas, independentemente de qualquer coisa que aconteça no mundo ou nas suas relações.
“Continuaremos atentos para ver o que a Rússia está realmente a fazer”, garantiu Antony Blinken.
O Presidente russo declarou hoje que Moscovo suspendeu a sua participação no tratado New START, o último pacto de controlo de armas nucleares que restava com os Estados Unidos, aumentando a tensão com Washington no âmbito da invasão da Ucrânia.
Falando no seu discurso sobre o estado da nação, Vladimir Putin disse também que a Rússia deveria estar pronta a retomar os testes de armas nucleares se os Estados Unidos o fizessem, uma medida que poria fim à proibição global destes testes, em vigor desde os tempos da Guerra Fria.
Explicando a sua decisão de suspender as obrigações da Rússia no âmbito do New START, Putin acusou os Estados Unidos e os seus parceiros da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) de declararem abertamente o objetivo da derrota da Rússia na Ucrânia.
O tratado, assinado em 2010 pelo Presidente Barack Obama e o Presidente russo Dmitri Medvedev, impõe a cada país um limite de arsenal de 1.550 ogivas nucleares e de 700 mísseis e bombardeiros. O acordo prevê inspeções em locais definidos para comprovar o seu cumprimento.
Poucos dias antes de o tratado expirar, em fevereiro de 2021, a Rússia e os Estados Unidos concordaram em prorrogá-lo por mais cinco anos.
A Rússia e os Estados Unidos suspenderam as inspeções mútuas no âmbito do New START desde o início da pandemia de covid-19, mas Moscovo recusou-se, no outono passado, a permitir o seu recomeço, aumentando a incerteza sobre o futuro do pacto. A Rússia também adiou indefinidamente uma ronda planeada de consultas ao abrigo do tratado.
Comentários