“A liberdade de pensamento e de posição cabe a cada um. O governo está focado na sua estabilidade governativa. Eu já disse com clareza: o quadro governativo e de coligação está coeso. Não somos agentes de instabilidade. Somos um referencial de estabilidade”, afirmou Bolieiro, quando questionado pelos jornalistas sobre as declarações de André Ventura, à margem de uma cerimónia nas Sete Cidades, Ponta Delgada, para assinalar o Dia Mundial da Água.
Na segunda-feira, o Chega voltou a desafiar o Governo dos Açores a apresentar uma moção de confiança, considerando que cabe ao parlamento regional clarificar se o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) “tem ou não condições para continuar” em funções.
“O cenário de instabilidade que se agudiza apenas se resolverá com a apresentação de uma moção de confiança pelo executivo de José Manuel Bolieiro ao parlamento regional dos Açores sobre, precisamente, a matéria recente de instabilidade que se vive na região”, afirmou o presidente do Chega, André Ventura.
Hoje, Bolieiro afirmou que o “parlamento é soberano”, mas rejeitou a apresentação de moção de confiança.
“O parlamento é soberano. Se quiser tomar alguma iniciativa de instabilidade está no seu direito e assume a sua responsabilidade. Da minha parte, do governo e da coligação é sermos referenciais de estabilidade. A partir dai, é liberdade de pensamento e de posições”, salientou.
Também na segunda-feira, o líder do Chega defendeu que “é ao parlamento regional açoriano que cabe a resposta sobre se este governo tem ou não condições para continuar” e afirmou que só desta forma é possível “garantir que há o apoio necessário para o último ano e meio de governação”.
A 08 de março, o deputado único da IL no parlamento açoriano, Nuno Barata, rompeu o acordo de incidência parlamentar de suporte ao Governo dos Açores, chefiado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, e depois o independente Carlos Furtado, ex-Chega, também rompeu com esse acordo.
Entretanto, os dois deputados admitiram negociar “ponto a ponto” com o Governo dos Açores para manter a estabilidade governativa na região.
Os três partidos que integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm 26 deputados na assembleia legislativa e contam agora apenas com o apoio parlamentar do deputado do Chega, José Pacheco, somando assim 27 lugares num total de 57, pelo que perdem a maioria absoluta.
O PS venceu as eleições legislativas regionais de 25 de outubro de 2020 nos Açores, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.
Em 07 de novembro de 2020, o representante da República indigitou o líder da estrutura regional do PSD, José Manuel Bolieiro, como presidente do Governo Regional, justificando a decisão com o facto de a coligação PSD/CDS-PP/PPM ter apoios que lhe conferiam maioria absoluta na assembleia legislativa.
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