“Quando numa determinada investigação, em que já decorreram buscas, é necessário cirurgicamente encontrar um documento ou ir à procura dele, a PJ e o Ministério Público diligenciam”, afirmou Luís Neves, adiantando que “foi isso que aconteceu na Câmara de Lisboa”.
Recusando falar sobre a investigação por se tratar de “uma diligência que faz parte do segredo de justiça e do inquérito”, o diretor da PJ admitiu apenas que em causa estão “factos em investigação, mais antigos até” do que o mandato de Fernando Medina naquela autarquia.
Questionado sobre se os factos remontam ao mandato do primeiro-ministro, António Costa, enquanto presidente da Câmara de Lisboa, afirmou que “não” e que “quando há suspeitas não tem que ser o mandato de A, B ou C”, vincado que “há outras personagens e outros atores que podem ser suspeitos".
Luís Neves falava em Mafra, à margem da apresentação da Operação Floresta Segura, realizada hoje na Tapada Nacional, numa cerimónia que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Na altura, o diretor da PJ referiu-se ainda à detenção do homem suspeito de ameaçar matar o chefe de Estado, para esclarecer que não foi o número de telefone e da conta bancária que conduziram àquela pessoa.
“A investigação que hoje teve uma realização operacional nada teve a ver com esses dados”, afirmou Luís Neves, acrescentando que a PJ teve “que trabalhar muito, contínua e arduamente, para chegar a um resultado”.
Num comunicado divulgado ao final da manhã, a PJ informou ter detido o suspeito de ameaçar matar o Presidente da República, numa carta enviada para a Casa Civil em que alegadamente era exigido o pagamento de um milhão de euros para não matar o chefe de Estado – com indicação da conta bancária para onde deveria ser feita a transferência do dinheiro - e que incluía ainda uma bala.
O homem, acusado de “tentativa de extorsão e coação agravada sobre o mais alto magistrado da nação”, deverá ser presente a tribunal na quarta-feira para aplicação de medidas de coação.
“É um suspeito já nosso conhecido, já anteriormente detido pela prática de igualmente crimes graves, já condenado”, disse ainda o diretor da PJ.
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