Em reunião extraordinária do executivo camarário, a proposta sobre o festival MEO Kalorama, que se realiza de 1 a 3 de setembro deste ano no Parque da Bela Vista, na freguesia lisboeta de Marvila, foi aprovada com os votos a favor da liderança PSD/CDS-PP, a abstenção do PS e os votos contra dos restantes vereadores da oposição, nomeadamente PCP, BE, Livre e independente eleita pela coligação PS/Livre, informou à Lusa fonte do gabinete do presidente da câmara.
Apresentada pelo vereador com o pelouro da Estrutura Verde, Ângelo Pereira (PSD), a proposta prevê a isenção das taxas relativas ao evento, decisão que ainda tem que ser submetida a votação da Assembleia Municipal de Lisboa, inclusive de ocupação temporária de espaço público e de licença especial de ruído, com um valor total estimado de 1,76 milhões de euros.
A este valor acrescem outros apoios não financeiros da Câmara de Lisboa ao festival Kalorama, nomeadamente 26.280 euros para água e eletricidade e 360.000 euros para bens, serviços e meios humanos da estrutura orgânica do município, contabilizando-se assim um total de 2,15 milhões de euros.
Durante a discussão da proposta, os vereadores da oposição à liderança PSD/CDS-PP questionaram sobre a relação acionista entre os festivais Kalorama e Rock in Rio, assim como a ocupação do Parque da Bela Vista, uma vez que o palco montado para o Rock in Rio vai permanecer até ter lugar o Kalorama, “vedando uso público de 99% do parque”.
O presidente da câmara ainda sugeriu retirar a proposta da ordem de trabalhos de hoje, para permitir um esclarecimento das questões levantadas, mas como a mesma ainda tem que ir à assembleia municipal e em agosto os órgãos municipais estão de férias e o festival é em setembro, o executivo acabou por avançar na votação.
Segundo a proposta aprovada pelo executivo camarário, o festival de música Kalorama encaixa nos “objetivos da cidade em matéria de dinamização cultural e musical, que se prevê de grande sucesso nacional e internacional, e assim traga mais-valias significativas para a divulgação da cidade de Lisboa”, realçando que “cerca de 25% das vendas se estima que sejam para um público internacional”.
“Acresce o impacto e a relevância económica da realização do evento para a cidade de Lisboa, nomeadamente no sector do turismo e, ainda a nível mais local, com especial ênfase na freguesia de Marvila, a criação de emprego, desde as fases de preparação de montagem do evento, até à finalização das respetivas desmontagens”, apontou o vereador da Estrutura Verde.
Organizado pela House of Fun e pela Last Tour, o festival MEO Kalorama define-se como um evento de “música, arte e sustentabilidade” e, embora o cartaz não esteja ainda fechado, foram já anunciadas as presenças de nomes como Arctic Monkeys, The Chemical Brothers, Nick Cave & The Bad Seeds, Ornatos Violeta, James Blake, The Legendary Tigerman e Peaches, assim como os portugueses Grand Pulsar, Moullinex, Tiago Bettencourt, You Can’t win Charlie Brown e a cantora francesa ZAZ.
Em declarações à agência Lusa, fonte do gabinete do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), reforçou que tem sido “política do município” isentar de taxas municipais eventos culturais.
Por exemplo, o festival de música Rock in Rio tem beneficiado em todas as edições da isenção do pagamento de taxas municipais, que ronda os três milhões de euros por cada edição, decisão que vem do anterior mandato camarário, sob a presidência do PS.
Comentários