A Câmara Municipal de Lisboa (CML) aprovou hoje, com a abstenção do Bloco de Esquerda, um conjunto de medidas de combate à pandemia propostas pelo PSD, que incluem a criação de equipas móveis de testagem à Covid, a criação de uma bolsa de reserva de materiais descartáveis ou a disponibilização de escolas e outros equipamentos públicos para vacinação.
A partir de hoje a câmara de Lisboa passa a disponibilizar equipamentos municipais não ocupados (pavilhões, escolas, museus) para serem utilizados como centros de vacinação, em caso de necessidade, mobilizando a Polícia Municipal e funcionários dos serviços da CML para agilizar os procedimentos, de forma a aliviar os centros de saúde.
A câmara compromete-se também a criar equipas móveis de testagem à Covid-19, bem como de equipas de rastreamento de casos positivos para despistar as camadas da população mais vulneráveis, nomeadamente "as pessoas sem condições para sair de casa, pessoas em situação de sem-abrigo e população imigrante, independentemente de ter ou não títulos válidos de residência".
Será ainda criada uma bolsa de reserva de descartáveis, como agulhas, seringas, máscaras, equipamentos de proteção individual e outros, que possam ser usados caso estes materiais venha a esgotar na região de Lisboa.
Por último, serão promovidos pontos móveis de rastreio de VIH, VHC, VHB, HPV, diabetes e anemia, entre outras patologias, em parceria com entidades com valências na área da saúde, como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, de forma a combater a progressão destas doenças numa população particularmente vulnerável.
Adiada para a próxima semana ficou a proposta, também do PSD, de publicar diariamente no site da CML e nas redes sociais uma lista, por fase de vacinação e por freguesia, de pessoas vacinadas contra a Covid-19, bem como o número total de sobras administradas em Lisboa, discriminadas por concelho de proveniência, em cada grupo prioritário, idade e género, e freguesia.
O objetivo desta medida, que seria articulada com a Direção-Geral de Saúde (DGS) e Serviço Nacional de Saúde (SNS), é sobretudo "criar um processo de vacinação transparente" e "evitar alguns abusos" como os que se têm verificado um pouco por todo o país. Recorde-se que há dois dias demitiu-se o vereador da Proteção Civil na Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Manuel Castro, que renunciou ao cargo depois de ter sido vacinado contra a Covid-19 com sobras das doses administradas em lares e residências para idosos da região.
Dados da DGS indicam que à data de 15 de fevereiro de 2021, dos 787.059 casos confirmados de Covid-19 em Portugal, 296.210 ocorreram na Região de Lisboa e Vale do Tejo, a segunda região do país mais afetada pela doença.
Até à mesma data, de acordo com a informação veiculada no site do SNS, foram administradas 532.273 vacinas em todo o país, entre primeira e segunda doses, o que significa que 3,25% da população portuguesa já recebeu pelo menos a primeira dose da vacina e 1,94% estão completamente vacinados.
De acordo com dados recolhidos pelo Our World Data, da Universidade de Oxford, Israel é o país do mundo com a maior percentagem de população vacinada: quase 30% da população está completamente vacinada e 45,14% já recebeu uma ou mais doses da vacina. Portugal ocupa o 28.º lugar na tabela dos países por taxa de vacinação.
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