A primeira de duas fases do projeto foi hoje apresentada numa sessão pública no Biblioteca Palácio Galveias, que contou com cerca de 30 moradores, que elogiaram a proposta, por ser "melhor do que está atualmente", mas criticaram a falta de auscultação da população e a ausência de medidas para impedir o tráfego de atravessamento na Avenida Santos Dumont, paralela à Avenida de Berna.
Entre as ações de intervenção previstas estão novos espaços de recreio e lazer, supressão de barreiras arquitetónicas, aumento da largura dos passeios, introdução de pavimento confortável, reforço da arborização, implementação de um percurso ciclável, reorganização do estacionamento, novo mobiliário urbano e melhoria das infraestruturas em subsolo, de acordo com o projeto apresentado.
Na ausência da vereadora do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Joana Almeida (independente eleita pela coligação "Novos Tempos" PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), o diretor municipal do Urbanismo, Paulo Diogo, encabeçou a equipa responsável pela apresentação do projeto, com elementos da empresa municipal Lisboa Ocidental SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana.
O projeto de requalificação da Avenida Santos Dumont está integrado no programa municipal "Há Vida no Meu Bairro", lançado pelo executivo presidido por Carlos Moedas (PSD), com a aplicação do urbanismo de proximidade, em linha com o conceito da "cidade dos 15 minutos", disponibilizando seis funções urbanas essenciais à distância de uma caminhada, designadamente comércio, espaços verdes, ensino, desporto, cultura, saúde e apoio social.
A primeira fase do projeto prevê-se que se inicie em agosto, uma vez que já tem o visto do Tribunal de Contas, e termine em fevereiro de 2025, num investimento municipal de 1,3 milhões de euros.
A obra inclui o incremento de 480 metros de rede ciclável, três passadeiras sobrelevadas, 29 árvores, 1.900 arbustos, 250 metros quadrados de canteiros, 33 candeeiros (LED), nove bancos de jardim, uma bolsa de estacionamento para motociclos e duas bolsas para bicicletas, segundo o projeto, que prevê uma Zona 30 + BICI, uma via partilhada entre veículos motorizados e bicicletas com velocidade máxima de 30 km/h.
No âmbito da reorganização do estacionamento automóvel, serão retirados 18 lugares para carros dos cerca de 150 existente atualmente, o que se considera "uma solução muito equilibrada" tendo em conta o objetivo de tornar os passeios mais acessíveis, apontou Paulo Diogo, referindo que o espaço dedicado a cargas e descargas estará devidamente assinalado, assim como os lugares para pessoas com mobilidade condicionada.
"Mobilidade para todos, em segurança. Mais árvores. Tudo mais disciplinado", afirmou o diretor municipal do Urbanismo, indicando que o projeto tem um desenho evolutivo, que não compromete a implementação de outro tipo de soluções no futuro.
A segunda fase inclui as ruas transversais à Avenida Santos Dumont, entre a Avenida de Berna e a linha do caminho de ferro, indicou Paulo Diogo, adiantando que ainda está a ser devolvido o projeto.
Questionado sobre o futuro da ciclovia da Avenida de Berna, em que a câmara já anunciou que será reduzida e bidirecional, o diretor municipal do Urbanismo sublinhou que "isso é outro projeto", acrescentando que está a ser trabalhado em conjunto com a área da Mobilidade, com o objetivo de ter "uma rede ciclável totalmente transitável daqui a uma década".
Presente na sessão, o presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, Daniel Gonçalves (PSD), realçou a importância deste projeto para a valorização do espaço público, afirmando que "a existência de ciclovias é positiva desde que seja bem planeada e segura", considerando que, assim sendo, vai melhorar a mobilidade no território.
Comentários