A campanha de alerta para os perigos da A24 é apresentada na segunda-feira, num dos acessos à autoestrada, na zona industrial de Vila Real, e acontece três anos depois da renegociação entre a concessionária e o Governo.
Desde novembro de 2015, o município liderado pelo socialista Rui Santos tem alertado para “a diminuição das condições de segurança na A24″, insurgindo-se contra o que classificou como “decisões insensatas” e sublinhando que “os fatores de segurança deveriam estar sempre subjacentes a qualquer operação deste género”.
Segundo explicou a autarquia, em comunicado, em consequência da renegociação do contrato de concessão da A24, celebrado entre o concedente (Estado Português) e a operadora desta via que liga Viseu à fronteira, em Chaves, “foi reduzida a segurança desta autoestrada”.
O município elencou a “remoção, da quase totalidade, dos postos SOS ao longo do traçado”, de Viseu até Chaves, a “remoção na totalidade, da iluminação em todos os nós de acesso e saída” e a retirada “total dos painéis de informação de condições atmosféricas adversas”.
Acrescentou a redução “dos limpa-neves para metade, passando de oito para quatro” e o “patrulhamento de apoio a avarias e acidentes, passando de duas equipas para uma equipa, que no período noturno apenas é ativada por chamada”.
“Com estas alterações ficou seriamente comprometida a organização operacional desta autoestrada, comprometendo claramente a segurança dos seus utentes”, salientou o município.
A autarquia disse que “não houve, até este momento, qualquer alteração destas situações, apesar de vários alertas à concessionária e à tutela” e, por isso, vai proceder à instalação de “painéis de grandes dimensões (outdoors) alertando para os perigos e falhas da A24″.
A iniciativa conta com o apoio da CIM Douro, que agrega 19 municípios.
Em novembro de 2015, o autarca de Vila Real lançou duras críticas à renegociação do contrato, que foi feita entre a concessionária e o Governo, liderado na altura pelo PSD/CDS-PP.
Rui Santos disse não querer acreditar que um “Estado de Direito responsável tenha feito um negócio com uma concessionária pondo em perigo as condições de segurança dos utentes numa autoestrada”.
Na altura, a Infraestruturas de Portugal (IP) informou que a “readequação” dos serviços na A24 permitiu “poupanças significativas” para o Estado, de 300 mil euros por ano só em iluminação, e garantiu uma monitorização independente da via.
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