"Amanhã da parte da tarde, estaremos já disponíveis para podermos dar as primeiras informações por parte dos técnicos sobre o acontecimento no Largo da Fonte no dia 15 [de agosto]", anunciou Paulo Cafôfo, após a reunião do executivo camarário.
O autarca vincou que Câmara Municipal do Funchal assumirá "todas as responsabilidades que tiver de assumir" após a averiguação dos factos resultantes da peritagem em curso e da condução do processo pelo Ministério Público, que anunciou a abertura de um inquérito logo no dia da tragédia.
A queda do carvalho que matou 13 pessoas e feriu 49 ocorreu no Largo da Fonte, durante a celebração da Festa do Monte, em honra da padroeira da ilha.
Oito das vítimas mortais são do sexo feminino e cinco do masculino, sendo uma criança de 1 ano e as restantes com idades entre os 28 e 59 anos. Uma mulher francesa e outra húngara figuram entre os mortos.
Hoje, o executivo camarário aprovou por unanimidade um voto de pesar e decidiu custear todas as despesas relacionadas com as cerimónias fúnebres e os funerais das vítimas.
Apesar de o Ministério Público ter aberto um inquérito, Paulo Cafôfo esclareceu que até ao momento não foi requerida "qualquer tipo de informação" à autarquia, vincando que a decisão de fazer uma peritagem à árvore e ao local do desastre resulta da "proatividade" da Câmara Municipal.
"A autarquia comunicou com o Ministério Público que iria fazer esta peritagem e que iria entregar toda a informação que resultasse desta avaliação e desta análise", disse, sublinhando, uma vez mais, que "todas as responsabilidades serão assumidas" na sequência do relatório dos peritos e das decisões do Ministério Público.
O presidente da Câmara Municipal indicou ainda que os peritos estão hoje a proceder a uma avaliação mecânica da resistência do tronco da árvore, um carvalho centenário, e que serão enviadas amostras para o laboratório de patologia vegetal do Instituto Superior de Agronomia para detetar possíveis patologias.
A equipa técnica é composta por elementos da autarquia, do Instituto Superior de Agronomia e ainda por um representante da Diocese do Funchal, sendo que a Câmara Municipal e a Igreja são partes interessadas no processo.
Inicialmente, surgiram dúvidas sobre a posse legal do jardim sobranceiro ao Largo da Fonte, onde se encontrava o carvalho que matou 13 pessoas no dia de Nossa Senhora do Monte, mas Paulo Cafôfo esclareceu que os terrenos são propriedade da paróquia do Monte, através de uma ação judicial datada de 1959, embora a gestão e a manutenção do espaço sejam da responsabilidade camarária.
Paulo Cafôfo admitiu, por outro lado, a existência de notificações e ofícios alertando para o perigo que representavam alguns dos plátanos do Largo da Fonte, mas vincou que a árvore em causa era um carvalho e estava no jardim sobranceiro.
"Estamos a falar da encosta sobranceira ao Largo da Fonte e estamos a falar de um carvalho que nunca, em nenhum momento, por nenhuma entidade, por nenhuma pessoa foi referenciado como podendo estar em perigo", afirmou.
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