“Ao longo de seis dias e meio, as várias organizações sindicais levam a todo o país, através da EN2, os problemas da escola pública e da profissão docente que o governo entende não resolver, ou pelo menos nem sequer dialogar”, referiu aos jornalistas, em Faro, Manuel Nobre, presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul e membro do secretariado nacional da Federação Nacional de Professores (Fenprof), em representação da plataforma.
O percurso pelo país procura “corresponder, de certa forma, aos seis anos e meio de tempo de serviço que os professores trabalharam, mas que o governo não quer considerar”, salientou o dirigente sindical, à margem de uma conferência de imprensa de apresentação da caravana “Pela Profissão Docente e pela Escola Pública”.
A reposição integral do tempo de serviço (seis anos, seis meses e 23 dias), até ao final da atual legislatura em 2026 é uma das principais reivindicações das organizações sindicais que têm promovido ações de luta ao longo dos últimos meses.
“Estes 738 quilómetros [da EN2], que aqui em Faro este marco representa, são, de certa forma, um percurso que é feito ao longo de várias etapas, por várias fases, precisamente o mesmo que nós dizemos sobre o tempo de serviço que temos para recuperar. Entendemos que estamos disponíveis para ser recuperado de forma faseada, ao longo de vários anos. Não encontramos é vontade política por parte do governo, sequer para dialogar sobre este faseamento”, frisou Manuel Nobre.
Com saída de Chaves no dia 22 de maio e chegada a Faro em 30 de maio, a caravana pela EN2 incluirá cinco a seis paragens por dia, com ações que incluem encontros com docentes junto das escolas, encontros com alunos, encarregados de educação e população em geral e plenários, numa “grande iniciativa que não passará despercebida” pelas várias localidades.
Tratando-se de “uma luta justa, em defesa da escola pública”, considerou, Manuel Nobre disse acreditar que “uma grande fatia” da população portuguesa continue do lado dos professores, após dezenas de iniciativas ao longo dos últimos meses.
“Com destaque, por exemplo, para os vários encarregados de educação e alunos, que ano após ano vão assistindo a uma falta de professores mais evidente, fruto da falta de políticas dos vários governos que tornem a profissão atrativa. Pelo contrário, o que têm feito é medidas que afastam os jovens da profissão e, ao mesmo tempo, que os mais velhos se vão aposentando”, sem reposição de pessoal qualificado na mesma medida, sublinhou o dirigente da Fenprof.
A plataforma de organizações sindicais já agendou igualmente duas grandes manifestações para o dia 6 de junho, no Porto e em Lisboa, numa data (06/06/23) que coincide com o tempo de serviço congelado.
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