"Viseu, pela primeira vez na nossa história, pode ter uma deputada à esquerda que nunca hesitará na defesa dos salários, na defesa das pensões, na defesa deste país esforçado, na defesa desta gente que constrói Portugal", apontou Catarina Martins.
Num almoço inédito dedicado ao interior, que juntou mais de 250 pessoas na Pousada de Viseu, e no qual discursaram também os cabeças de lista do partido pelos distritos de Bragança, Vila Real, Guarda, Portalegre, Castelo Branco e Viseu, a dirigente do BE escolheu como alvo político preferencial a direita.
Catarina Martins traçou assim a meta eleitoral de eleger Bárbara Xavier, que encabeça a lista do BE, considerando que a direita lembrou que, cada deputado que perder, "pode ser um deputado do Bloco de Esquerda".
"Aliás, as europeias já nos mostraram isso, com o Bloco de Esquerda a ultrapassar o CDS, aqui em Viseu", lembrou.
Antes de ir à questão da eleição, a líder do BE começou por garantir que "no interior a proposta é tão comprometida e séria" como "todas as propostas" que o partido apresenta, notando que não se pode ter "territórios de primeira e territórios de segunda" no país.
"E a pergunta que nós fazemos, aqui em Viseu e a toda a gente, é o que é melhor? Uma deputada que vá defender as pensões ou reeleger deputados que sempre cortaram nas pensões?", questionou.
A pergunta repetiu-se para o emprego e o salário, contra a reeleição de "deputados que mandaram os jovens emigrar" ou para a habitação, em contraposição com os partidos "que fizeram a lei das rendas que está a expulsar tanta gente das suas casas".
"O que é melhor? um grupo parlamentar do Bloco de Esquerda forte, capaz de fazer frente ao sistema financeiro e de dizer que já chega de dinheiro para a banca ou reeleger os deputados que por este país colocaram 25 mil milhões de euros na banca enquanto encerraram cinco mil serviços públicos, tantos eles, aqui em Viseu e no interior", desafiou.
A líder do BE fez ainda esta comparação com a saúde, a escola ou o ambiente.
"É essa a escolha no dia 06 de outubro. Aqui em Viseu vamos fazer acontecer. Eleger a Bárbara Xavier é dar força ao salário, às pensões, é dar força a este país que trabalha, a este país onde se pode viver muito melhor", apelou.
Para a coordenadora bloquista, eleger a cabeça de lista por este distrito "é fazer história e dar mais força a um Bloco de Esquerda que toda a gente sabe que é incansável na defesa deste país".
"Estamos hoje aqui a fazer um almoço em Viseu porque achamos que está alguma coisa a mudar", explicou.
Para Catarina Martins, "as pessoas sabem em todo o país o que é o Bloco", partido que "não hesita do lado em que está".
Num almoço dedicado ao interior - no qual estiveram o fundador Fernando Rosas, o eurodeputado José Gusmão e os deputados e recandidatos José Manuel Pureza e José Soeiro - a dirigente bloquista elencou as propostas "muito concretas" para estas regiões apresentadas nas eleições legislativas.
Reabrir serviços públicos é a primeira, com Catarina Martins a criticar que haja "excedentes em Portugal nas contas públicas quando falta tudo no interior".
O BE quer ainda garantir que os CTT voltam a ser públicos, insistência antiga do partido desde a privatização dos correios, que são fundamentais para o interior.
"Queremos mobilidade e transportes de forma justa, da forma ambientalmente sustentável", defendeu, insistindo na proposta do partido para a ferrovia.
Nas eleições legislativas de 2015, o BE foi, em Viseu, a terceira força política com 6,72% dos votos, cerca de 12 mil votos.
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