Catarina Martins visitou hoje as oficinas da EMEF no Entroncamento (distrito de Santarém), para marcar a importância que o BE atribui à ferrovia na discussão dos investimentos estruturais para o país previstos no Plano Nacional de Investimentos (PNI).
“O Bloco de Esquerda tem dito que estes investimentos já deviam ter arrancado há mais tempo, estamos atrasados numa série de projetos, mas, para nós, é essencial que se marque bem a importância da ferrovia no plano de investimentos, por razões óbvias, da mobilidade de pessoas, da coesão territorial e ambientais”, declarou aos jornalistas.
Para a líder bloquista, o setor precisa de decisões num prazo médio, que garantam que “o PNI é feito com recurso a capacidade industrial instalada no nosso país”, não contribuindo para o endividamento externo, tendo aí a EMEF “um papel central”.
“Quando decidimos que vamos investir em ferrovia, podemos decidir onde: comprar mais lá fora ou investir na capacidade interna de fazer mais”, salientou.
Num prazo “muito curto”, o BE defende a contratação de pessoal, porque a empresa “está a perder trabalhadores, que se estão a reformar e têm que passar ‘know how’ para os mais jovens que têm de entrar”, disse, lamentando a contratação “muito lenta” que tem vindo a ocorrer.
Catarina Martins afirmou que, só em 2018, se reformaram 102 trabalhadores da EMEF, pelo que a entrada de cerca de 40 precários e a contratação de outros 62 não contribuiu para o aumento de efetivos.
“Estamos a falar de operários altamente especializados”, declarou, frisando a importância do reforço das contratações para que a empresa possa garantir a manutenção e reparação do material circulante da CP, uma frota com “cerca de 50 anos”, e aumentar a capacidade de intervenção.
“Ou a EMEF tem capacidade para trabalhar ou a própria CP terá crescentes dificuldades no serviço que oferece aos utentes em todo o país”, acrescentou.
Catarina Martins lembrou o impacto da política de privatização do anterior Governo PSD-CDS na perda de capacidade produtiva do país, mas atribuiu parte do atraso à prioridade dada pelo atual executivo socialista a “metas do défice mais ambiciosas, para lá do exigido do ponto de vista europeu”, e que “deixou para trás o investimento”.
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