"Conto com todos, com aqueles que estiveram comigo e com aqueles que não estiveram" porque "todos são importantes para construir uma grande região, como fiz no turismo", afirmou António Ceia da Silva, em declarações à agência Lusa.
O novo presidente da CCDR do Alentejo agradeceu a quem o apoiou na corrida para a presidência deste organismo, mas vincou que "as eleições acabaram" e que "é necessário fazer um trabalho conjunto" em prol da região.
Nas eleições realizadas na terça-feira, o candidato vencedor, António Ceia da Silva, obteve 512 votos, contra os 418 do outro candidato, Roberto Grilo, segundo o edital publicado pela Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) na sua página na Internet.
Hoje, Ceia da Silva, que até agora liderava a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, disse que pretende implementar as medidas que apresentou num manifesto, "em articulação com o Governo e cumprindo as regras da União Europeia".
"O mais importante, agora, é, juntamente com os meus colegas e com os técnicos, analisar o manifesto, que é a base, para ver o que pensam e, depois, vamos procurar executar as medidas em função das prioridades que encontrarmos", assinalou.
O novo presidente da CCDR do Alentejo notou que existem vários "projetos estruturantes para a região", para os quais o território tem de "lutar por eles", mas vincou que "isso tem de ser em articulação com o Governo e com as novas medidas que aí vêm com os fundos estruturais e a chamada 'bazuca'".
No manifesto, Ceia da Silva defende, entre outras medidas, a revalorização da figura do Conselho de Coordenação Intersectorial da CCDR do Alentejo e a criação, com os municípios e comunidades intermunicipais, do Pacto dos Autarcas Alentejanos, plataforma informal para troca de experiências em diversas áreas.
Ainda antes de serem divulgados os números oficiais, na terça-feira à noite, Roberto Grilo, que presidia à CCDR alentejana desde 2015, assumiu a derrota nas eleições e desejou felicidades António Ceia da Silva, prometendo "continuar a trabalhar" pela região.
"Parabéns e felicidades para Ceia da Silva, o Alentejo precisa que ele faça um bom mandato. Já lhe transmiti isso mesmo. Dentro das minhas possibilidades e oportunidades, vou continuar a trabalhar pelo Alentejo", disse, numa nota enviada à Lusa.
No Alentejo, segundo o edital da DGAL, votaram 1.185 dos 1.288 eleitores inscritos, tendo sido registados 246 votos brancos e nove votos nulos.
As eleições para as CCDR suscitaram críticas nas últimas semanas, devido ao acordo entre PS e PSD. Do Alentejo, chegaram, entre outros, da Direção da Organização Regional de Évora (DOREV) do PCP, da coordenadora Distrital de Beja do Bloco de Esquerda ou da Distrital de Portalegre do CDS-PP, além de algumas câmaras municipais.
O colégio eleitoral para a eleição do presidente da CCDR do Alentejo foi de 1.288 autarcas, entre presidentes de câmara, vereadores e eleitos municipais.
O candidato único a vice-presidente da CCDR do Alentejo, Aníbal Reis Costa, também na eleição de terça-feira, obteve 26 dos 42 votos validamente expressos do respetivo colégio eleitoral, constituído, neste caso, pelos 47 presidentes de câmara da região (registaram-se 15 votos brancos e um nulo), indicou a DGAL.
Mais de 10.000 autarcas foram chamados a eleger pela primeira vez, na terça-feira, através de colégios eleitorais regionais, os cinco presidentes das CCDR, que eram até agora nomeados pelo Governo.
Os candidatos eram seis, um por cada uma das estruturas, à exceção da do Alentejo, que tinha dois candidatos.
Foi também eleito um vice-presidente para cada CCDR, continuando o Governo a nomear o outro.
Apesar de ser formalmente uma eleição, a maioria dos candidatos resultou de um acordo entre o Governo e o líder da oposição, Rui Rio, e o sistema não é consensual.
As CCDR são serviços desconcentrados da Administração Central, dotados de autonomia administrativa e financeira, incumbidos de executar medidas para o desenvolvimento das respetivas regiões, como a gestão de fundos comunitários.
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