"Com o sentimento de responsabilidade que temos, com a elevada fasquia que resulta desse resultado eleitoral, entendemos que o CDS se deve assumir como alternativa a esta governação, deve querer, e quer, representar todos aqueles que não se reveem nesta governação do PS, apoiada pelo BE e pelo PCP", defendeu João Almeida.
O porta-voz do CDS-PP vincou que o CDS não interfere nem se deixa condicionar por processos internos no PSD, sublinhando que "os bons resultados eleitorais" para os centristas foram prévios a uma disputa de liderança dos sociais-democratas.
"Fizemos nesta Comissão Política a análise de resultados eleitorais que são anteriores à abertura deste processo no PSD e os resultados eleitorais foram bons para o CDS. A conclusão é que bons resultados eleitorais para o CDS não dependem de processos internos no PSD", afirmou João Almeida aos jornalistas.
Recusando comentar a situação interna do PSD por "respeito institucional", o porta-voz centrista sublinhou que o CDS faz o seu caminho, atualmente concentrado no Orçamento do Estado para 2018.
"Temos o nosso caminho, apresentamos as nossas propostas para o Orçamento do Estado e continuamos, sem que isso interfira de forma nenhuma no processo do PSD", declarou.
João Almeida falava aos jornalistas cerca de uma hora depois do início da reunião da Comissão Política do CDS, o órgão de direção alargado dos centristas, que decorre na sede centrista, no largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa.
De acordo com o porta-voz centrista, "seja qual for o critério, de votos, de mandatos, de governação, o CDS cresceu em toda a linha nas eleições autárquicas e isso naturalmente aumenta a responsabilidade do CDS e eleva a fasquia dos objetivos" no "contexto político atual".
"O nosso adversário é o PS. Se olharmos para os resultados das eleições autárquicas, nós percebemos que onde o CDS se empenhou mais, teve melhores resultados, designadamente no contexto urbano, foi onde o PS não teve vitórias. O caso de Lisboa é paradigmático, mas o caso do Porto, onde apoiamos uma candidatura independente que também ganhou espaço político em relação ao PS", afirmou.
O PS venceu as eleições autárquicas em Lisboa, perdendo a maioria absoluta, e o CDS passou de um para quatro vereadores.
Depois das críticas da antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leita à proposta do CDS de isentar de IRS as horas extraordinárias, João Almeida reiterou a defesa da medida, enquadrando-a como uma proposta de alternativa.
"Nós, sendo a alternativa, dizemos que a medida é justa porque entendemos quem numa altura em que o desemprego felizmente já recuou - e começou a recuar no Governo de que o CDS fez parte, quando começou a subir num governo do PS - quando se trabalha mais se possa, do ponto de vista fiscal, ter um desagravamento", defendeu.
"Isso é uma questão de justiça para quem, podendo ter essa oportunidade de trabalhar mais, poder retirar melhor rendimento e não ser penalizado fiscalmente por esse esforço", acrescentou.
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