"As declarações do presidente do Eurogrupo são inaceitáveis e devem dar lugar à sua demissão imediata. Não aceitamos o preconceito que o ministro das Finanças holandês, do Partido Socialista, tem para com os países do Sul", afirmou o deputado centrista Pedro Mota Soares.
Além de considerar que as declarações são sexistas, ofendendo profundamente as mulheres e todos os portugueses, o deputado centrista referiu que denotam também "um preconceito de quem acha que os países do Sul trabalham pouco".
"Portugal, convém que nós lembremos, conseguiu em cerca de quatro anos, reduzir de mais de 11% para menos de 3% o seu défice, o que significa que houve um trabalho muito profundo feito do ponto de vista interno", afirmou.
"São declarações que são também sexistas e que ofendem profundamente as mulheres, os homens, os portugueses", frisou igualmente.
O BE também anunciou a apresentação de um voto de repúdio na Assembleia da República.
O Governo português, por intermédio do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na terça-feira, e do primeiro-ministro, António Costa, hoje, já pediram o afastamento de Dijsselbloem da presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro, posição subscrita, também hoje em Bruxelas, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"A Europa só será credível com um projeto comum no dia em que o senhor Djisselblom deixe de ser presidente do Eurogrupo e haja um pedido de desculpas claro, relativamente a todos os países e povos que foram profundamente ofendidos por estas declarações", disse hoje António Costa.
Numa entrevista concedida na segunda-feira ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Dijsselbloem afirmou: "Durante a crise do euro, os países do norte mostraram solidariedade com os países afetados pela crise. Como social-democrata, atribuo uma importância extraordinária à solidariedade. Mas também deve haver obrigações: não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda".
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