A manifestação é encabeçada por alguns dirigentes sindicais e trabalhadores, que ostentam uma faixa negra com a inscrição “violação do direito à igualdade”.
Ao som de apitos e buzinas, os trabalhadores desfilam lentamente, muitos vestidos com batas brancas e outros com t-shirts negras, seguram balões negros e cartazes com dizeres como “19 anos de profissão=zero de valorização”, “carreira digna-salário justo” ou “não queremos beijinhos, queremos anos contadinhos”.
Um dos trabalhadores segurava um cartaz com a fotografia do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a simular que espetava uma faca nas costas de um trabalhador, acompanhada da inscrição “Avaliação do Presidente: insuficiente”.
Outro cartaz, com forma de lápide, tinha escrito “Aqui jaz a carreira dos TSDT – 31/08/2017 – 03/02/2019”.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (SNTDT), Luis Dupont, afirmou que o protesto tem como objetivo mostrar “indignação e revolta” destes profissionais pela publicação do decreto-lei que regulamenta as transições e a grelha salarial de revisão de nova carreira sem o aval dos sindicatos.
O protesto teve início com uma concentração em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, porque “o senhor Presidente da República não ouviu o apelo destes profissionais que lhe solicitaram uma audiência para apresentarem matérias que consideram incondicionais nesse diploma”.
Maria Hilário, analista há 24 anos, disse estar “bastante triste” com a decisão do Governo em relação aos profissionais de saúde, “que tanta dedicação e formação académica têm para darem o melhor à saúde em Portugal e não são reconhecidos”.
“E é assim que o Presidente nos recebe e nos depara com um diploma sem opinião nossa e dos sindicatos que nos representam. “É esta luta que nos faz estar aqui hoje, pela saúde dos portugueses”, declarou.
A especialista questionou ainda se o Presidente da República “acha que 24 anos de serviço dedicado à saúde e aos portugueses é pouco”.
“Nós, os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica não somos portugueses?”, perguntou ainda Maria Hilário, licenciada na área das análises clínicas de saúde pública e que tem um mestrado e um licenciamento.
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