Em declarações à agência Lusa, fonte da diocese de Viana do Castelo explicou que as cerimónias em honra de Anacleto Oliveira previstas para terem início hoje, na Sé Catedral da capital do Alto Minho, "foram canceladas devido ao atraso na libertação dos restos mortais do bispo, imprevisto alheio à diocese de Viana do Castelo".
Aquela fonte acrescentou que, por ser "de todo imprevisível a hora de chegada do corpo do bispo a Viana do Castelo, [hoje] apenas se realizará uma cerimónia de caráter íntimo e privado".
Na terça-feira, as portas da Sé Catedral de Viana do Castelo abrirão às 08:00.
Segundo a diocese, "a parte da manhã será destinada à oração livre e espontânea dos fiéis que, segundo uma entrada controlada e condicionada ao espaço disponível, poderão recolher-se em súplica e ação de graças junto dos restos mortais de D. Anacleto Oliveira".
Às 15:00 "celebrar-se-á uma missa exequial, presidida pelo arcebispo primaz de Braga, D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga, com a presença dos restantes bispos pertencentes à Conferência Episcopal Portuguesa, o presbitério da diocese de Viana do Castelo e os representantes dos diversos movimentos eclesiais, assim como autoridades civis e militares, segundo os lugares disponíveis e identificados dentro da Sé Catedral".
Segundo a mesma fonte, o presidente da República confirmou hoje que irá marcar presença naquelas cerimónias na terça-feira à tarde.
Numa nota hoje enviada às redações, e devido à pandemia de covid-19, o administrador diocesano de Viana do Castelo apelou aos fiéis para que "participem à distância nas suas exéquias, que terão lugar na Sé Catedral".
"Infelizmente continuamos confinados por causa da covid-19 e, por isso, sujeitos e obedientes à legislação estatal. Quer isto dizer que o espaço interior da Sé, com a demarcação exigida por lei, será reduzido (…). A convocatória que persisto em fazer será, por isso, para que, na hora da concelebração eucarística, liguem as redes de comunicação social com o fim de acompanhar da melhor forma possível as cerimónias fúnebres, que serão transmitidas, em direto, pela Rádio Renascença, pelo Facebook da Diocese e da Viana TV", reforça Sebastião Ferreira.
O administrador diocesano apela ainda "aos milhares de jovens e (já) menos jovens que, durante os decorridos 10 anos, em visitas pastorais ou fora delas, pelo ministério episcopal de D. Anacleto, receberam, das suas mãos, o Sacramento da Confirmação (Crisma) para que o recordem na sua memória e no seu coração, com o propósito de se prepararem para a Jornada Mundial da Juventude".
A diocese de Viana do Castelo, fundada através de uma bula do beato Paulo VI, publicada a 03 de novembro de 1977, abrange os 10 concelhos do Alto Minho.
A diocese mais jovem do país integra 291 paróquias espalhadas pelos concelhos do distrito de Viana do Castelo e tem cerca de 120 sacerdotes.
O funeral do bispo de Viana do Castelo realiza-se na quarta-feira, às 15:00, no cemitério das Cortes, em Leiria, terra natal de Anacleto Oliveira. Nessa manhã, a partir das 10:00, o corpo do bispo estará em câmara ardente na Sé Catedral de Leiria.
Anacleto Oliveira, de 74 anos, morreu na sexta-feira, na sequência do despiste do automóvel que conduzia na Autoestrada 2 (A2) perto de Almodôvar, no distrito de Beja.
Natural de Cortes, Leiria, D. Anacleto Oliveira nasceu em 17 de julho de 1949, tendo sido ordenado sacerdote em 1970 e nomeado bispo auxiliar de Lisboa em 2005.
A ordenação episcopal de D. Anacleto Oliveira decorreu no Santuário de Fátima em 2005, tendo sido nomeado bispo de Viana do Castelo em 2010 e atualmente presidia à Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade e à Comissão de Tradução da Bíblia para português a partir dos textos originais na Conferência Episcopal Portuguesa, adianta a nota.
Este ano, D. Anacleto Oliveira assinalou 10 anos de bispo de Viana do Castelo e 50 de ordenação sacerdotal, afirma.
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