A psicóloga Rita Agulhas foi a escolhida para liderar o Grupo VITA, trabalhando assim no acompanhamento às vítimas de abusos sexuais no contexto da Igreja Católica.
Começa a funcionar a partir de maio, e em entrevista ao Observador, Rita Agulhas afirmou que vão fazer de tudo para ajudar as vítimas. Sem um teto orçamental, Agulhas garante que todos os casos serão transmitidos ao Ministério Público.
“Eu perguntei de forma muito clara se havia um teto e foi-me dito que não há teto”, garante. “Não me foi dito, em momento algum, que havia uma verba limite, que só poderíamos utilizar até X", afirmou Rita Agulhas.
"O objetivo não passa por branquear e esconder as situações”, significando que sempre que tenham conhecimento de situações de abusos, essa informação será transmitida ao Ministério Público: As pessoas têm de ser responsabilizadas pelos crimes que cometem e é importante que não se confunda um processo de ajuda terapêutica com uma desresponsabilização pelo crime”, sublinha.
Em relação à maneira de trabalhar do Grupo e questionada sobre a independência do mesmo, Agulhas explicou que "é um Grupo pensado e pedido pela Igreja. Quer o doutor Pedro Strecht quer eu, por acaso, estávamos ambos na comissão diocesana de Lisboa, uma coincidência. Esta isenção e esta autonomia advêm da total liberdade que nos tem sido dada desde o início. Isso foi algo que me foi dito de forma clara: que eu teria carta branca para fazer o que entendesse, para escolher as pessoas que entendesse e para seguirmos o caminho que entendêssemos pertinente".
"O único pedido que me foi feito no primeiro contacto foi que o foco fosse o acompanhamento das vítimas. Naturalmente, um pedido a que acedi, porque é isso que nos faz sentido, é o nosso foco: acolher, escutar, acompanhar, encaminhar, criar respostas para as vítimas. E, depois, as outras dimensões do Grupo, que também já tivemos oportunidade de apresentar, que são complementares, não são menos importantes. Mas o nosso foco são as vítimas", confirmou Rita Agullhas.
Rita Agulhas também revelou que os primeiros passos para a constituição de uma bolsa de psicólogos que vão trabalhar junto de vítimas e abusadores, ou suspeitos de abusos, já está em andamento Esta terça-feira, aliás, foi formalizado o anúncio junto da comunidade destes profissionais, que passam a poder candidatar-se a um lugar nesta bolsa.
Comentários