“O Conselho Permanente acha que não é apropriado que se encerre, pura e simplesmente, os cemitérios, mas isso depende do diálogo que decorrer dos párocos, das paróquias e das dioceses com as entidades locais que tutelam os cemitérios”, afirmou aos jornalistas o secretário da CEP, Manuel Barbosa.
O padre lembrou que “não depende da Igreja a gestão da grande maioria dos cemitérios nacionais” e disse que a CEP confia que “as autarquias e entidades que os tutelam saberão interpretar as exigências do bem comum” em contexto de pandemia de Covid-19.
Neste âmbito, espera que seja encontrado “um justo, mas difícil, equilíbrio entre os imperativos de proteger a saúde pública e o respeito pelos direitos dos cidadãos”.
Manuel Barbosa alertou que “não se adoece apenas de Covid-19” e que “a impossibilidade de exprimir, de forma sensível e concreta, saudades e afetos também é causa de sofrimento e de doença, por vezes grave e até mortal”.
Segundo o porta-voz da CEP, “dado o estado atual da pandemia, é sensato que se imponham medidas suplementares de proteção, como a obrigatoriedade do uso de máscaras e o controlo do número de visitantes, em simultâneo”, estabelecendo um limite máximo de acordo com a dimensão dos espaços.
“Mas não seria apropriado o encerramento completo dos cemitérios”, frisou, lembrando que “a emergência sanitária já dura desde março” e muitas famílias enlutadas “nem sequer puderam acompanhar adequadamente os seus entes queridos”.
O Conselho Permanente da CEP, que reuniu hoje em Fátima, sugere que as celebrações ocorram “nas igrejas e noutros espaços utilizados para o efeito nestes tempos de emergência”, cumprindo as regras estabelecidas.
“Porventura, poderá aumentar-se a sua oferta, sobretudo no dia 02 de novembro, em horários que sejam mais convenientes à comunidade”, exemplificou Manuel Barbosa.
Com o objetivo de “diminuir ocasiões de maior aglomeração de pessoas”, a CEP recomenda aos párocos “que considerem nestes dias, em coordenação com as autoridades locais, a possibilidade de celebrar a eucaristia nos cemitérios”.
No que respeita às romagens que habitualmente se realizam em sufrágio dos fiéis defuntos, a sugestão é de que “se façam com acompanhamento mínimo, respeitando sempre as normas de segurança e de saúde”, acrescentou o responsável.
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